O
Diretor Regional dos Assuntos do Mar afirmou o Censo de Garajaus realizado este
ano permitiu concluir que existem cerca de 10 mil aves no arquipélago dos
Açores, nomeadamente 4.176 casais reprodutores de garajau-comum (Sterna
hirundo) em 124 colónias e 763 casais de garajau-rosado (Sterna dougalii) em 25
colónias.
Estes
dados, segundo Filipe Porteiro, “representam um aumento da população, em
relação a 2016, de cerca de 50% para casais reprodutores de garajau-comum e de
30% para casais de garajau-rosado”.
O
Diretor Regional adiantou que é Grupo Central dos Açores é o que apresenta “a
maior percentagem de casais de garajau-comum”, cerca de 50%, acrescentando,
contudo, que, relativamente à população de garajau-rosado, estas aves
concentram-se mais no Grupo Ocidental, onde estão 76% dos casais reprodutores.
“Desde
2009, este foi o ano em que registámos mais garajaus”, frisou Filipe Porteiro,
salientando, no entanto, que, apesar dos bons resultados do censo, “esta ave
marinha continua a precisar de especiais medidas de proteção”.
O
Censo de Garajaus 2017, coordenado pela Direção Regional dos Assuntos do Mar
(DRAM), em parceria e com o apoio dos Serviços de Ambiente e dos Parques
Naturais de Ilha, teve como objetivo quantificar as populações das duas
principais espécies de garajaus que nidificam na Região.
Participaram
no censo deste ano cerca de quatro dezenas de pessoas, nomeadamente Vigilantes
da Natureza dos Parques Naturais de Ilha, investigadores do Departamento
Oceanografia e Pescas (DOP) da Universidade dos Açores e da Sociedade
Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA), bem como técnicos da DRAM e dos
Serviços de Ambiente de Ilha.
Além
da visita às colónias acessíveis para contabilização de ninhos e posturas pelos
técnicos dos Parques Naturais de Ilha e da DRAM, as contagens nas colónias mais
inacessíveis, em particular nos ilhéus costeiros, refúgio para aves marinhas,
foram efetuadas à distância por terra e por mar, através de binóculos e
telescópio ou de viagens de barco à volta de todas as ilhas, que permitem
estimar o número de adultos, despoletando uma buzina que os faz levantar voo.
O
Censo de Garajaus iniciou-se em 1989, decorrendo com uma periodicidade anual
desde 1993 nas principais colónias, por iniciativa dos investigadores de aves
marinhas do DOP/IMAR, sendo que na última década tem havido um esforço
crescente para se monitorizar na íntegra as colónias de todo o arquipélago.
Desde
o ano passado, o Governo dos Açores assumiu a coordenação do censo, sendo que a
monitorização e recolha de dados populacionais de aves marinhas com estatuto de
proteção regional, comunitária e internacional, como é o caso dos garajaus
comum e rosado, constitui uma obrigação legal no âmbito da Diretiva Aves (Rede
Natura 2000), da Diretiva Quadro Estratégia Marinha, tendo ainda enquadramento
na Convenção OSPAR.
GaCS/GM
Fotografia: GaCS/Vanda Carmo
Povoação,
segunda-feira, 17 de julho de 2017
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