“Afinal
de contas, os líderes nascem ou são feitos?”
Eu
costumo dizer, em tom de brincadeira, que todos os líderes que conheci até hoje
nasceram!
Aliás,
não conheço nenhum que tenha vindo a este mundo sem nascer primeiro.
Ao
que as pessoas normalmente respondem com um sorriso.
A
questão que normalmente impera e que de certa forma limita a capacidade de
liderança das pessoas à nossa volta é precisamente esta.
Na
nossa experiência de trabalho com um número bastante elevado de empresas em
Portugal, mesmo que o líder tenha capacidades inatas de liderança, só o vai ser
verdadeiramente quando se convencer de que a liderança também se aprende e
melhora em função do investimento que fazemos nela.
Um
dos casos que temos frequentemente em Portugal, e não só, é a situação das
chefias ou direções comerciais.
Muitos
de nós (eu próprio passei por isso) fomos promovidos à função de liderança em
determinada altura do campeonato, mas essa promoção não veio acompanhada da tão
necessária formação.
Não
sendo um bicho de sete cabeças, a liderança é algo que se aprende.
Cair
faz parte do processo, não se aprende tudo nos livros, nem nos cursos, muitas
vezes é necessário, de facto, errar, cair e voltarmo-nos a levantar para que as
nossas capacidades de liderança evoluam e melhorem.
No
caso da liderança comercial, não existia até há pouco tempo nenhum currículo
especializado de formação que colmatasse esta lacuna.
Neste
momento já vão aparecendo alguns cursos, mas no nosso entender ainda são poucos
para aquilo que seria necessário.
Foi
face a isso que lançámos há pouco tempo a Academia de Direção Comercial.
Fazendo
um paralelo com a nossa própria história, preparámos um programa que se focasse
na maior parte das lacunas das chefias e direções comerciais das empresas
Nacionais.
Hoje
gostaria de me focar no tema da estratégia comercial.
Uma
das coisas que ainda me faz alguma aflição quando começamos a trabalhar com uma
empresa em termos em programas de Formação e Mentoring Comercial tem a ver com
a falta de planeamento estratégico na área comercial.
Existem
objetivos, existe a definição de atribuição de orçamentos de vendas aos
comerciais, mas depois falha muita coisa na componente da estratégia comercial
a adotar.
Muitas
vezes na empresa continua-se a trabalhar em termos comerciais como se
trabalhava há 30 anos.
Poderá
estar a pensar: mas não é assim que se faz?
Não
existe nada de errado nisto, como é óbvio, mas os tempos mudaram e atualmente
existe um manancial de informação que os comerciais poderiam aproveitar para
chegar aos clientes e não o fazem.
Já
ouviu falar de uma coisa chamada “web 2.0”?
Associado
a isso começou a aparecer um termo designado por Marketing 2.0.
Ou
seja, utilizar os novos canais da internet para a geração de contactos ou
potenciais oportunidades de negócio.
Mas
se existem, porque é que a maioria das chefias ou direções comerciais não
incentiva os seus comerciais a entrar dentro destas áreas?
No
nosso entender, isto sucede porque eles próprios também não se sentem
confortáveis com a questão.
Nestes
casos, o líder tem de dar o exemplo e ele próprio aprender sobre estas questões
para poder mais tarde demonstrar aos seus comerciais como o utilizar.
Por
vezes a liderança passa por isto mesmo, por dar o exemplo perante as pessoas
que lideramos.
Esta
semana pare um pouco para pensar.
Será
que estou a providenciar à minha equipa os exemplos de que ela precisa para
evoluir?
José de Almeida
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