Quando
pensamos na expressão Pão-Por-Deus, vem logo de imediato à nossa memória o
peditório do “Pão-Por-Deus” e é no dia 1 de novembro de todos os anos, porque é
um dos dias mais lembrados ou recordados, para associar os nossos ente queridos
que já partiram desse mundo, rumo ao encontro do Pai Celestial. E, é mais
concretamente no dia 1 de Novembro, Dia de Todos-os-Santos, que as crianças
saem à rua e juntam-se em pequenos grupos para pedir o Pão-por-Deus (agora
transformado em bolinhos e doçarias) de porta em porta, em que também as
pessoas já se preparam, porque já sabem que nesse dia, irá ouvir-se uns toques
á porta e ao abrir-se a mesma, as crianças dizem de imediato: “Pão-Por-Deus”
minha senhora ou meu senhor…é dia de todos os fiéis defuntos. Outrora era o dia
em que se repartia muito pão cozido pelos pobres ou os mais carenciados,
atualmente ainda há quem ofereça pão, sal e leite que designamos por “esmola
branca”, após a missa do 7º dia à porta da Igreja às pessoas que assistam à
missa, e o que cresce repartem pela freguesia, e pelo conhecimento que tenho
faz-se ainda esse culto tradicional na nossa freguesia de Ribeira Quente.

“O
espírito de caridade aliado ao culto dos mortos revelava-se outrora nas
chamadas esmolas perdidas, como ainda hoje no conhecido Pão-por-Deus. As
esmolas perdidas eram uma forma de sufrágio das almas e consistia em colocar
uma esmola fora de casa: umas vezes no peitoril da janela inteiramente fechada
para se não saber quem a levava: outras nas banquetas dos caminhos ou então
junto das alminhas que tinham para esse efeito numa pequena copeira. […] O
Pão-por-Deus…é, presentemente nos Açores, uma demonstração de caridade versando
o sufrágio das almas”.
Pão
por alma de…pão pela intenção de…

Ora
muito bem: o que é a alma em termos bíblicos?
A
alma é um dos três elementos que constituem o ser, juntamente com o corpo e o
espírito. A alma permanece depois da morte física e equivale à personalidade e
os sentimentos de uma pessoa.
Um
dos mandamentos deixados por Jesus é amar a Deus com toda a alma, coração e
entendimento. Toda a alma precisa de salvação e Jesus é o único que tem poder
para salvá-las.
Contudo,
é mais frequente, é mais usual e poupar dizer-se pela alma de…mas em minha
opinião e conforme aprendi num curso de cristandade deve dizer pela intenção
de…ou seja, pela intenção do falecido. Entretanto, o objetivo é o mesmo quer
com alma, quer com intenção.
Deus
recebe cada uma das intenções que nós temos e desejamos para cada missa. Como
se fosse por alma de…
Voltando
um pouco atrás numa frase que já mencionei:
“Quem
não gosta de um pão quentinho com manteiga, queijo, fiambre, e outras mais…no
café da manhã”?

Confesso,
que desconhecia tão nobre gesto da parte dos familiares do Senhor Adelino
Santos Melo, já falecido, (notícia na página 20 do jornal Correio dos Açores do
dia 10 de junho), que, foi a partir daí que essa tão nobre e honrosa iniciativa
tem seu início, aquando do falecimento do “Ti Adelino” em finais de dezembro de
1986 e em janeiro de 1987 dá-se essa grande obra de misericórdia, digo e não me
arrependo de dizer grande obra de misericórdia.

Indo
mais um pouco á frente, sexta-feira passada, ou seja, dia 5, foi a primeira vez
que convivi partilhando a dor dos familiares, nomeadamente seus filhos do
Senhor Tomé Bento Vieira do Couto. Paz à sua alma ou Eterno descanso Senhor
Tomé.
Ao
amigo Dinis Melo e seus familiares, desejo-lhe muita sorte, muita saúde, amor e
partilha, e dar continuidade aos seus filhos, uma “Rica Herança” deixada pelo
“Grande Homem”, Ti Adelino, como era conhecido e como ainda é conhecido pelo
estabelecimento com o mesmo nome.
Um
abraço amigo Dinis Melo.
Povoação,
8 de Agosto de 2016.
Por:
João Costa Brilhantina
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