Não
falei contigo
Com
medo que os montes e vales que me achas
Caíssem
a teus pés...
Acredito
e entendo
Que
a estabilidade lógica
De
quem não quer explodir
Faça
bem ao escudo que és...
Saudade
é o ar
Que
vou sugando e aceitando
Como
fruto de Verão
Nos
jardins do teu beijo...
Mas
sinto que sabes que sentes também
Que
num dia maior serás trapézio sem rede
A
pairar sobre o mundo
É
que hoje acordei e lembrei-me
Que
sou mago feiticeiro
Que
a minha bola de cristal é folha de papel
Nela
te pinto nua, nua
Numa
chama minha e tua.
Desconfio
que ainda não reparaste
Que
o teu destino foi inventado
Por
gira-discos estragados
Aos
quais te vais moldando...
E
todo o teu planeamento estratégico
De
sincronização do coração
São
leis como paredes e tectos
Cujos
vidros vais pisando...
Anseio
o dia em que acordares
Por
cima de todos os teus números
Raízes
quadradas de somas subtraídas
Sempre
com a mesma solução...
Podias
deixar de fazer da vida
Um
ciclo vicioso
Harmonioso
ao teu gesto mimado
E
à palma da tua mão...
É
que hoje acordei e lembrei-me
Que
sou mago feiticeiro
Que
a minha bola de cristal é folha de papel
Nela
te pinto nua, nua
Numa
chama minha e tua.
Numa
chama minha e tua.
Desculpa
se te fiz fogo e noite
Sem
pedir autorização por escrito
Ao
sindicato dos deuses...
Mas
não fui eu que te escolhi.
Desculpa
se te usei
Como
refúgio dos meus sentidos
Pedaço
de silêncios perdidos
Que
voltei a encontrar em ti...
É
que hoje acordei e lembrei-me
Que
sou mago feiticeiro...
...nela
te pinto nua, nua
Numa
chama minha e tua.
Numa
chama minha e tua.
Ainda
magoas alguém
O
tiro passou-me ao lado
Ainda
magoas alguém...
Se
não te deste a ninguém
Magoaste
alguém
A
mim... passou-me ao lado.
A
mim... passou-me ao lado.
Composição:
Tiago Bettencourt
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