“Pensei muito antes de ter esta iniciativa, porque não é fácil abrir um negócio hoje em dia”, diz Paula Mendonça, a única florista da Povoação.
Já há algum tempo que a vila da Povoação não tinha serviços de arranjos florais, desde o encerramento da antiga Florista Guida. A pedido de muitas famílias, e após ter ficado desempregada, Maria Paula Mendonça, de 41 anos e natural daquele concelho, decidiu arriscar e começar o seu próprio negócio, conta: “Quando havia a outra senhora florista, sempre me encantei com os arranjos e as coisas que ela fazia, porque eu também tinha jeito. Sempre fiz em casa arranjos de Natal, e outras coisas. Claro que nunca tinha pensando em abrir uma florista. Tínhamos uma já e o meio é pequeno. Quando a florista fechou, ficamos sem nada. Como fui fiquei desempregada, no Centro de Emprego perguntaram-me se eu gostava de ter um negócio próprio. Eu disse que não, porque não era fácil abriu um negócio, mas aquilo ficou sempre na minha cabeça.”
Após um processo de mais de seis meses para conseguir abrir o negócio, a 12 de Outubro, Paula Mendonça concretizou um sonho que foi crescendo em si, abrindo a Florista Paula, na Rua Manuel José de Medeiros, n.º 21, freguesia e concelho da Povoação. Desde há muito tempo que a povoacense tinha gosto em fazer arranjos, para casa e para a escola onde trabalhava: “Foi um sonho, porque sempre gostei de trabalhos manuais. Trabalhava numa escola como auxiliar, e os trabalhos manuais era o que mais me fascinava. Todos os natais e épocas festivas fazia qualquer coisa. Por exemplo, no Natal, enfeitava a escola inteira, com bonecos de neve e arranjos, “ explicando que tomou esta iniciativa “porque já não tínhamos nenhuma florista e fazia muita falta. As pessoas estavam sempre a dizer-me que fazia muita falta e abordavam-me na rua a perguntar porque é que eu não abria uma florista, já que tinha muito jeito.”
Pela primeira vez com um negócio por conta própria, as dúvidas e receios foram naturais e foi necessária muita reflexão: “Pensei muito, antes de ter esta iniciativa, porque não é fácil abrir um negócio hoje em dia. Tive muitas dúvidas, pensei muito. Investir é complicado, e se não der certo…
Coloquei na minha cabeça que se não desse certo, não seria a primeira nem a última. Pensei em ir para a frente e fosse o que Deus quiser,” e assim foi.
Na Florista Paula podem encontrar-se peças de decoração, e os habituais serviços de florista: arranjos para aniversários, casamentos, baptizados, funerais, para o dia dos namorados, dia da mãe e épocas festivas como o Natal. Há rosas, gérberas, coroas imperiais, margaridas e cravos. “Há de tudo um pouco, o que há na época,” explica a florista. Como toque pessoal, a florista põe um pouco do seu gosto: “Gosto sempre de colocar brilho, ou um pormenor, como uma borboleta. Gosto sempre de colocar algo diferente, para chamar à atenção. Costumo muito usar brilhantes, não para pessoas mais velhas, mas para as jovens, e elas ficam encantadas.”
Com a loja aberta há cerca de um mês, o feedback tem sido “óptimo”, conta Paula: “Têm me agradecido muito ter aberto e isto faz-me sentir bem. Tem sido muito positivo.” A florista tem já clientes habituais, todas as semanas e tem feito muitos serviços de arranjos, principalmente para aniversários, com uma certa regularidade.
Na experiência da florista Paula, as rosas têm um grande significado para muita gente, sendo as flores mais procuradas quando se trata de aniversários. “Para as igrejas e para casa, optam pelas mais baratas, as gérberas e as margaridas.”
Apesar do elevado custo de vida actual, as pessoas não têm deixado de ir à florista. No entanto, refere Paula, esta conjuntura também inflaciona o preço das flores, que estão “cada vez mais caras e os preços variam de semana a semana.”
Avizinhando-se o Natal, a florista diz já estar com grandes ideias. Daqui em diante, os seus planos passam por tentar diferenciar-se sempre e cativar as pessoas: “Um passo de cada vez. Nunca tive um negócio por minha conta. Foi uma novidade. Estou a descobrir agora. O meu pensamento é fazer sempre coisas diferentes e chamativas, para cativar as pessoas.”
Mariana Rovoredo
In, Correio dos Açores: https://correiodosacores.pt/.../%e2%80%9cPensei-muito...
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