O vapor "Maria Amélia" naufragou à
113 anos entre Vila Franca do Campo e a Ribeira Quente na chamada baixa do Tufo, a 3 de
março de 1905. Transportava passageiros e carga para a Povoação. Os passageiros
e a tripulação salvaram-se no salva-vidas albergado no navio e foram rumo à
Ribeira Quente desembarcar.

No dia seguinte, o Açoriano Oriental
acrescenta: “Perdeu-se quinta-feira de tarde o vaporsinho «Maria Amélia», que
muitos bons serviços prestou e muito especialmente nos últimos meses, rebocando
para o mar alto os barcos de pesca, empresa do seu proprietário o senhor
Laurénio Tavares, pelo que tivemos amiudadas vezes grande abundância de peixe
no mercado. O «Maria Amélia» seguia para a Povoação, quando se rebentou o
gualdrope do leme, próximo da baixa do Tufo, entre Vila Franca e Ribeira
Quente. Sem governo e devido à violenta corrente de água foi levado para a
referida baixa e encalhou. Imediatamente foi participado, por telegrama, o
corrido para a cidade, e para ali partiu em seguida o «Júpiter», conseguindo
safá-lo. Baldado intento de salvação, porquanto o «Maria Amélia» havia sido
arrombado e submergiu-se quase de pronto. Felizmente não há vítimas a lamentar.
Prejuízos contam-se alguns, apesar do vaporsinho estar seguro por duas
companhias inglesas.”
O naufrágio deste navio mercante
foi descoberto por Francisco Xavier Sousa e foi feito o seu registo por Guy
Costa, coadjuvado por Eleutério Valido. Os destroços localizam-se numa baixa, sensivelmente
a -7 metros de profundidade. Pode ainda observar-se parte da hélice de
propulsão, a cambota e uma das caldeiras, para além de vários fragmentos de
costado metálico dispersos.
Fonte: Guia do Património Cultural
Subaquático dos Açores
Mergulhadores: Guy
Pinto da Costa e Hélio Sousa
Vídeo: Guy Costa
Povoação, domingo, 21 de outubro
de 2018.
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