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quinta-feira, 29 de junho de 2023

SOCIEDADE MUSICAL HARMÓNICA FURNENSE VAI ATUAR EM PARIS

Sociedade Musical Harmónica Furnense

Entre os dias 30 de junho a 7 de julho, a Sociedade Musical Harmónica Furnense estará em Paris, França, no seguimento de um intercâmbio sociocultural com a orquestra “Harmonie La Renaissance”.

Segundo o presidente da filarmónica, José Santos Medeiros, os concertos estão agendados para os dias 1, 4 e 6 de julho, em diversos locais como “Jardin du Luxembourg”, “Parc Montsouris” e no “Théâtre Traversière”, sendo o repertório centrado em músicas de compositores furnenses como Benjamim Rodrigues e seu filho Vítor Rodrigues, pois “têm uma composição apurada, com muito valor que se pode comparar a qualquer compositor internacional.”

“O nosso maior desafio neste momento é a digressão a França através do intercâmbio sociocultural. Os franceses vieram cá em 2018, mas devido à pandemia houve um atraso e não conseguimos fazer a viagem em 2020 e agora, em 2023, está confirmado essa deslocação a convite da orquestra “Harmonie La Renaissance”.

“Este intercâmbio proporciona uma partilha de conhecimentos a nível musical, e faz com que a nossa filarmónica apresente temas que nunca foram conhecidos a nível nacional e internacional”, refere José Medeiros, também maestro da filarmónica.

Questionado sobre as vantagens deste projeto, José Medeiros afirma que vai afetar os mais jovens “sim, no meu entender é um incentivo para a continuação dos jovens músicos na instituição e para dar exemplo a outras instituições para seguir o mesmo caminho. É uma outra forma de valorizar e incentivar os músicos.”

Sobre o plano de atividade deste projeto, o presidente salienta que “vamos receber uma diversidade cultural em termos de música e da própria cidade, como visitar museus e momentos históricos. Portanto, os jovens vão acabar por conhecer outros campos culturais.”, e acrescentou “é um dos meus sonhos realizar este projeto. Sempre me esforcei para levar a filarmónica fora do país.”

Questionado sobre toda a segurança e logística da viagem, José Medeiros sublinha que “é uma das primeiras prioridades, porque vamos viajar com menores e isso envolve muita responsabilidade. Outras dificuldades é preparar o repertório e escolher o grupo, porque há lacunas que têm de ser preenchidas por elementos que consigam dominar a nível musical.”

Sobre a presença das camadas mais jovens na instituição pública, salientou que “a escola de música veio abrir uma janela de ar fresco e me incentivar a continuar o meu trabalho aqui por gosto e amor a esta instituição. Foi uma motivação para mim, porque já me estava a sentir cansado. Não vejo grande vontade dos jovens desta freguesia a integrar na filarmónica.”

Durante a entrevista referiu que “deveria haver maior investimento das instituições políticas para a realização destes projetos. É uma grande tristeza. Os pedidos estão realizados, mas nada de chegar. A nossa Câmara Municipal da Povoação ainda não respondeu nem sequer reuniu connosco. Apenas atribuiu o apoio anual que é dado a todas as filarmónicas do concelho, mas até agora nenhum apoio extraordinário foi-nos dado. A Junta de Freguesia das Furnas já se reuniu, mas só consegue dar o apoio anual que já muito agradável. Se não fosse a boa gerência da nossa direção isto não era possível. Era impensável.”

Luís Rodrigues, tesoureiro da Harmónica Furnense, expressou que “muito das verbas que temos atualmente deve-se aos anos que não se fez nenhum serviço, devido à pandemia. As nossas maiores despesas são em transportes e fardamento. Mesmo na dificuldade que passamos conseguimos manter esta instituição segura. É necessário referir que algumas bandas fecharam com o COVID-19.”

“Se não fosse o amor a esta instituição, não seria possível. Devemos reconhecer isso. Todos se esforçam e até o próprio maestro não recebe nada sobre as suas funções. Nas outras bandas, há músicos e maestros que são pagos mensalmente. Na nossa instituição isso não acontece, assim contribuiu para as contas da filarmónica.”, expressou Luís Rodrigues.

Por fim, a Secretaria Regional da Educação e Assuntos Culturais reconheceu a importância desta viagem para o impacto cultural entre regiões, colocando em Jornal Oficial “considerando que este intercâmbio contribui para a divulgação da cultura açoriana, fora da região, promove os valores do associativismo e proporciona trocas de experiências entre formações oriundas de duas regiões culturalmente distintas.”

A Sociedade Musical Harmónica Furnense foi fundada em 1864. Atualmente, é composta por cerca de 30 elementos e desde 2010 é regida por José Santos Medeiros.

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