Foto de: @Jackson Hendry |
Aproveitando a celebração do Dia Nacional da Energia, a 29 de maio, a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) faz o balanço do segundo ano de implementação do projeto LIFE Natura@night nos Açores. Um projeto que pretende minimizar a poluição luminosa na Macaronésia através da promoção da iluminação artificial mais sustentável e adequada para a vida. Para isto, a SPEA trabalha lado a lado com autarquias, empreendimentos privados e pescadores para promover as melhores práticas de iluminação para as pessoas e para a biodiversidade.
O projeto LIFE Natura@night, coordenado pela SPEA, conta nos Açores com a parceria do Município de Santa Cruz da Graciosa, que está a desenvolver o primeiro Plano Diretor de Iluminação Pública dos Açores e irá instalar um projeto-piloto de iluminação inteligente na zona do Carapacho ainda este ano, e da Direção Regional das Políticas Marítimas, em ações de promoção das boas práticas de iluminação de modo a minimizar o seu impacto principalmente nas aves marinhas, mas também em morcegos e borboletas noturnas. O projeto conta ainda com a colaboração do Município do Corvo, que já foi pioneiro nos Açores na instalação de iluminação pública com menor impacto para a biodiversidade.
Foto de: @Ana Mendonça |
“Nos Açores, conhecemos o impacto da luz artificial nos cagarros, mas o excesso de luz artificial para além de ser um desperdício de energia, tem impactos em muitas outras espécies, ecossistemas e até nas pessoas. E é por isso que escolhemos este dia, em que se reforça a necessidade de desenvolvermos estratégias sustentáveis de eficiência energética, para falarmos sobre este tema e fazermos balanço do trabalho realizado neste projeto”, refere Azucena de la Cruz, coordenadora da SPEA Açores.
Os dois primeiros anos do projeto foram dedicados a entender o problema e à recolha de informação sobre o impacto da iluminação artificial em áreas naturais e em grupos de espécies menos conhecidas, tais como morcegos e borboletas noturnas e mapeamento das áreas com mais poluição luminosa e maior sensibilidade do ponto de vista da biodiversidade. Também serviram para iniciar um alargado trabalho de sensibilização destinado não apenas a escolas, mas também a decisores políticos, empresas privadas e pescadores.
Foto de: @Ana Mendonça |
O projeto, que promoveu ativamente a colaboração com os outros arquipélagos da Macaronésia, conta com 13 parceiros e já permitiu envolver mais de 600 voluntários no resgate de mais de 2000 cagarros acidentados e cerca de 2500 pessoas em mais de 50 atividades de sensibilização, além de criar manuais de boas práticas e mapear a diversidade de morcegos e insetos noturnos na Rede Natura 2000 da Graciosa e do Corvo.
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