O
Secretário Regional do Mar, Ciência e Tecnologia afirmou ontem, em Ponta
Delgada, que as questões relacionadas com a adaptação às alterações climáticas
são “muito importantes“ para uma região insular como os Açores.
Fausto
Brito e Abreu salientou que, apesar de a nível global se estar a trabalhar para
combater as alterações climáticas, “os processos que já estão em curso na
atmosfera, causados por muitos anos de poluição, vão causar algumas alterações
do clima e, como tal, temos de estar preparados”.
O
Secretário Regional falava no âmbito da Conferência 'Adaptação às Alterações
Climáticas e Tecnologias de Baixo Carbono', organizada pelo Fundo Regional de
Ciência e Tecnologia, que contou com a participação do Diretor de Adaptação e
Tecnologias de Baixo Carbono da Direção Geral de Ação Climática da Comissão
Europeia, Humberto Rosa, e do Diretor Regional do Ambiente, Hernâni Jorge.
Neste
evento foi debatida a problemática das alterações climáticas e os respetivos
impactos ambientais e sociais, bem como a eficiência e a eficácia da utilização
de tecnologias de baixo carbono.
“As
alterações climáticas vão afetar setores diferentes, tendo impacto na economia
regional”, frisou Brito e Abreu, referindo que, no caso das pescas, podem
verificar-se alterações significativas na rota dos peixes migratórios, como é o
caso dos atuns, uma espécie que tem um grande impacto económico na Região,
porque afeta não só os pescadores mas também a indústria conserveira.
“Os
atuns podem mudar as suas rotas e tornar a sua captura mais difícil por parte
dos nossos pescadores”, afirmou, acrescentando que as alterações climáticas
poderão também afetar o turismo, os transportes e a agricultura, entre outros
setores.
O
governante disse ainda que “a tendência é haver o aumento da erosão na orla
costeira, fenómeno que o Governo dos Açores tem-se esforçado para
combater".
Fausto
Brito e Abreu fez referência a estudos que indicam Portugal como “um dos países
mais afetados” pelas alterações climáticas, especialmente “por questões de seca
e de gestão de recursos hídricos”, salientando que “as regiões insulares são
mais vulneráveis a eventos meteorológicos extremos”.
“A
mitigação das alterações climáticas tem de passar pela adoção de tecnologias
mais eficientes”, defendeu, considerando que “os Açores, apesar de serem uma
região pequena à escala global, devem encontrar modelos de sustentabilidade que
podem ser replicados noutros locais do mundo”.
Segundo
o governante, há vantagens nos Açores se tornarem uma região mais autónoma do
ponto de vista energético, não tendo de importar combustíveis fósseis.
“As
questões de sustentabilidade têm também uma lógica económica”, frisou.
Nesta
conferência, o Diretor Regional do Ambiente salientou que o Governo dos Açores
está a trabalhar na criação de um Plano Regional para as Alterações Climáticas,
que será apresentado até 2017, dando cumprimento às obrigações decorrentes dos
objetivos definidos no Protocolo de Quioto e no pacote energia-clima da
Estratégia Europa 2020.
Texto:
GaCS/GM
Sem comentários:
Enviar um comentário