A XIII edição do Festival Violas do Atlântico decorreu a 9 e 10 de setembro trazendo aos Açores o “Braguinha”, um cordofone tradicional madeirense, pelas mãos do músico, professor e compositor Roberto Moritz. A anfitriã foi a Viola da Terra, como em todas as edições anteriores do Festival, pelas mãos de Rafael Carvalho, músico natural da Ribeira Quente que tem dedicado à sua vida ao ensino, divulgação e promoção da Viola da Terra.
A 9 de Setembro os músicos
estiveram em concerto no Cineteatro da Lagoa, onde apresentaram Braguinha e
Viola da Terra a solo e depois em conjunto, quer em modas tradicionais dos dois
Arquipélagos, quer em composições originais de diversos autores e dos próprios
músicos.
O evento contou com a
participação especial de Sofia Vidal, na Viola da Terra, interpretando 3
músicas, com repertório que foi do séc. XIX, a Carlos Paredes e ainda passando
por um “pasodoble” tradicional da Ilha Terceira.
A 10 de Setembro os músicos
estiveram no Salão Nobre da Junta de Freguesia da Ribeira Quente, freguesia
sede da Associação de Juventude Viola da Terra, e que tem recebido, anualmente,
os concertos do Violas do Atlântico desde 2011.
Desde 2011 passaram por São
Miguel músicos executantes de todas as Violas de Arame Portuguesas e ainda da
Viola Caipira do Brasil, “descendente” das Violas Portuguesas. Também tivemos a
Viola de Arame Madeirense e o Rajão (cordofone tradicional Madeirense) e a
Viola Toeira e o Cavaquinho em outra edição, tendo em conta os músicos
convidados e os instrumentos que executavam.
Em 2023 foi a vez do
Braguinha, sendo a primeira vez que o Festival não contou com a presença de uma
Viola de Arame convidada, e tendo em conta esta edição especial em 2023.
O evento tem contado com
participações especiais ao longo da sua história, desde percussão, voz, piano,
violão, e ainda de várias escolas de violas da Ilha de São Miguel. É um evento
que promove a divulgação dos cordofones tradicionais Portugueses e o trabalho
realizado pelos seus diversos intervenientes. É o segundo festival mais antigo
do País ligado à Viola de Arame e o único com 13 anos de existência e com
edições consecutivas.
A Associação de Juventude
Viola da Terra pretendia, em 2022, um festival duas vezes no ano, pois estamos
a falar de um evento que faz parte da história contemporânea da Viola no País e
no mundo e merecia mais eventos e mais destaque mas, tendo em conta o
estrangulamento ligado ao sector cultural nos Açores, fruto de um abandono
completo do sector, que quase impossibilitou o Festival em 2023, pondera
suspender o mesmo nos próximos anos, até haver uma real valorização e apoio à
Viola da Terra. A mesma que a Cultura Açores pretende candidatar a património
imaterial, mas que abandonou os agentes que a promovem diariamente.
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