A 14.ª edição do “Festival Violas do Atlântico” promoveu um encontro musical entre a Guitarra Portuguesa e a Viola da Terra, tendo por intervenientes Tiago Lima e Rafael Carvalho. O evento decorreu na Ribeira Quente, a 14 de Setembro, e contou com casa cheia no Centro Social e Paroquial da Freguesia.
Tiago Lima, com a Guitarra Portuguesa, trouxe algumas modas tradicionais da Ilha Terceira, de onde é natural, bem como originais seus que executou a solo. Para além disso, apresentou peças do repertório da Guitarra de Lisboa e da Guitarra de Coimbra.
Rafael Carvalho, com a Viola da Terra, apresentou modas do repertório tradicional instrumental da Viola, e originais que tem composto para o instrumento, com o intuito de dar a conhecer outras abordagens e outro repertório para a Viola.
Algumas dessas modas foram apresentadas em conjunto, quer em momentos de improvisação e despique entre os dois, quer em momentos em que um músico acompanhou o outro, dando
prevalência ao solista.
Este concerto manteve a essência do “Violas do Atlântico”, onde cada músico apresenta o instrumento que irá tocar, traz modas de contextos onde o instrumento tocava e ainda hoje toca, mas também incentiva à criação de música original e lança o desafio de abraçarem as parcerias e a partilha musical. O resultado será sempre de aprendizagem, quer para os músicos quer para o público presente.
Em 14 edições deste Festival o público da Ilha de São Miguel, e todos os que acompanham as partilhas nas redes sociais da Associação de Juventude Viola da Terra, em qualquer parte do mundo, têm podido assistir ao processo de revitalização das Violas da Arame, no nosso País, e às novas gerações de tocadores que têm dinamizado os cordofones tradicionais tocados em Portugal e até no Brasil.
Em São Miguel, o público em geral, e muitos estudiosos dos nossos cordofones, que só conheciam muitas dessas Violas através de livros ou de exemplares em museus, sendo que alguns quase foram considerados extintos, tem tido a oportunidade de estar perante os mesmos, os músicos que os tocam, e em momentos musicais com duetos que têm sido inéditos na história desses cordofones. Ao mesmo tempo, em inúmeras edições, o Festival tem contando com convidados em participações especiais e a presença de várias Escolas de Violas.
A Associação de Juventude Viola da Terra pretende encerrar o Festival em 2025, no XV Festival Violas do Atlântico, ciente do enorme contributo que o mesmo tem tido na Região e em todo o País, com registos que ficam como exemplo de estudo e motivação para a posteridade.
Pretende-se encerrar um ciclo, deste que é o segundo Festival mais antigo do País ligado à Viola de Arame, e com as últimas edições dedicadas a outros cordofones tradicionais, o único com 14 edições consecutivas, sempre na senda da valorização dos mesmos e dos seus intervenientes.
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