“...a
vida açoriana insistia numa/ mediocridade deliciosa, feita de mar/ e de lava, e
do que o mar e a lava/ precipitam: sargaços, peixes, piratas,/um pouco de
enxofre e sismos./Neste círculo se apertava a vida do/ açoriano, até que a
sedução do mar/ envolvente se tornava mais forte do/ que ele. Vinha a
emigração.” Vitorino Nemésio, “Açorianidade” [II], Correio dos Açores, 6.9.1932
As
ilhas fazem parte de nós, catarinenses do litoral Sul. A Ilha de Santa
Catarina, portal de entrada dos seis mil açorianos que, de 1747 a 1756,
atravessaram a vastidão atlântica cortando hemisférios, arpoando a esperança na
procura de dias melhores em terras Vera Cruz, e as nove Ilhas do arquipélago dos
Açores – Santa Maria, São Miguel, Terceira, Graciosa, Faial, Pico, São Jorge,
Corvo e Flores – lugar de origem, ponto de partida dos nossos antepassados,
povo errante que se espalhou pelo mapa do mundo, atravessou mares levando a
ilha dentro de si.