terça-feira, 15 de março de 2016

NA POVOAÇÃO, NUNO COSTA SANTOS APRESENTA “CÉU NUBLADO COM BOAS ABERTAS”

O escritor e cronista, Nuno Costa Santos esteve na Povoação para apresentar, na terra da avó, o seu primeiro romance, intitulado “Céu Nublado com Boas Abertas”.

Os Paços do Concelho encheram-se de personalidades, familiares e populares que assistiram ao acontecimento, proporcionado pela Câmara Municipal da Povoação, através do programa interilhas, da RDP Açores. Na cerimónia, o líder do executivo povoacense, Pedro Melo, elogiou a obra e o seu autor, que reside em Lisboa, mas jamais esqueceu as suas raízes.

Num claro regresso às origens, o autor homenageia, com o livro, os avós maternos. “ É um regresso à Lomba do Loução, que no fundo é o início deste livro. Foi lá que o meu avô e a minha avó se conheceram. A minha avó estava a vender rifas numa festa popular, o meu avô, um soldado nesta parte da ilha, nos anos 40 do século passado, apaixonou-se por ela e se não fosse essa paixão, esse romantismo puro e sincero, eu não estava aqui, na Povoação a editar este livro”, referiu Nuno Costa Santos.

Com a publicação de “Céu Nublado com Boas Abertas” o autor disse sentir que a promessa que havia sido feita estava cumprida. “Este é um livro que joga nas fronteiras entre a realidade e a ficção e neste sentido eu acho que correspondi a um anseio do meu avô de ter alguém que consagrasse editorialmente aquilo que ele escreveu. Eu não só editei, como dialoguei literariamente com o meu avô, escrevi com ele, falei com ele, falei com a terra dele, nos Fenais da Luz, falei com a Povoação da minha avó. Portanto, é um livro de múltiplos diálogos”, explicou o autor.

Nos Paços do Concelho, Nuno Costa Santos disse ainda que “levo uma emoção enorme por poder apresentar o livro numa terra que está sempre comigo porque eu sou daqui, porque as minhas raízes, o meu sangue está aqui. Tenho primos aqui, tenho uma tia aqui, fui ao casamento dos meus primos na Igreja da Lomba do Loução e é algo de misterioso e de belo em poder vir aqui lançar o livro perante esta comunidade, tão bem acolhido por esta Presidência da Câmara. É o cumprimento de um sonho, de um desígnio e penso que os meus avós, no fundo, ficam contentes porque o meu avô não estando cá, sinto que, de certa forma, a presença dele está, e a minha avó esteve no lançamento em Lisboa e muitas vezes vem passar grandes temporadas na Lomba do Loução. Ela ficou muito feliz por ter editado este livro”, acrescentou o escritor.

Sidónio Bettencourt ficou encarregue de apresentar a publicação, elogiando mais do que a obra, o simbolismo que ela carrega. “Eu que sempre dei importância aos avós e às infâncias com os avós achei importante sublinhar o facto de a Povoação ter um filho destes e chamar a atenção para ele e para a sua terra. Mais do que a obra em si, que tem a qualidade que tem, que tem gente de reconhecido mérito que falará sob o ponto de vista literário, eu falaria mais do género, mas sobretudo do lado humano, que é a relação do avô com esta terra e desta terra com ele, sem a qual também não haveria livro. Portanto nós temos todos a ganhar com um livro destes que se torna literatura universal e que um dia será traduzido. Percebo a importância que tem o Nuno Costa Santos em relação a este livro, à própria Povoação e sobretudo à dádiva e ao pedido que o avô lhe faz e à herança que ele recebe e consegue corresponder”, explicou.

Após a apresentação do livro, o momento musical ficou a cargo de Rafael e César Carvalho. Para o professor de viola da terra tratou-se de um concerto com um significado muito particular porque foi a primeira vez que atuou no edifício dos Paços do Concelho.

Recorde-se que “Céu Nublado com Boas Abertas” conta a história de um homem que volta à sua terra para cumprir uma missão que lhe foi atribuída por um avô que faleceu: a de recolher histórias recentes, neste caso, da ilha de São Miguel, nos Açores.

Povoação, 15 de março de 2016

Gabinete de Comunicação e Imagem da Câmara Municipal da Povoação

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