terça-feira, 15 de março de 2016

CENSO ANUAL DE MILHAFRES DECORRE NOS AÇORES A 9 E 10 DE ABRIL


Foto: Ruben Coelho / Milhafre (Buteo buteo rothschildi)
A Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) promove a 9 e 10 de abril o XI Censo de Milhafres nos Açores, numa iniciativa que pretende contribuir para avaliar o estado da população da única ave de rapina diurna que nidifica no arquipélago.
A iniciativa realiza-se todos os anos desde 2006 e pretende mobilizar dezenas de voluntários, a quem se pede a recolha de dados sobre os avistamentos de milhafres, também conhecidos nos Açores como Queimados.
Estes, com uma envergadura entre 110 e 130 centímetros, podem ser vistos sozinhos ou em grupo, a voar, pairar, pousados no solo ou, muito frequentemente, em cima de muros, postes e nos seus poisos de caça. A espécie pode ser observada um pouco por todo o lado, em zonas florestais, áreas costeiras, pastagens e mesmo zonas urbanas, alimentando-se maioritariamente de roedores, mas pode consumir também pequenas aves, insetos e minhocas. O envenenamento e a eletrocussão em linhas elétricas são as principais ameaças que afetam os milhafres, para além da captura/abate ilegal.
Este censo, promovido pela SPEA, vai decorrer nos dias 9 e 10 de abril nos Açores, e no fim-de-semana seguinte no arquipélago da Madeira, onde estas aves são conhecidas como mantas. Em termos taxonómicos no arquipélago dos Açores ocorre a subespécie Buteo buteo rothschildi, enquanto no arquipélago da Madeira a subespécie que existe é a Buteo buteo harterti e no território continental ocorre a subespécie Buteo buteo buteo.
Para participar neste censo não é necessário ter conhecimentos científicos específicos, bastando conseguir identificar esta ave de rapina. O censo apela, por isso, à cidadania ambiental (ou Citizen Science), propondo a participação dos cidadãos num projeto científico que visa a obtenção de mais dados sobre as populações de milhafres existentes nos Açores.
Nas anteriores 10 edições deste censo estiveram envolvidos 696 voluntários, tendo permitido avistar 4923 aves nos Açores, em 622 percursos realizados, possibilitando a estimativa das densidades por ilha desta espécie. Em 2015, as ilhas com maior número de milhafres avistados por quilómetro percorrido nos Açores foram Graciosa, São Miguel e São Jorge.Os relatórios com os dados anuais sobre este censo, como qualquer dúvida de como pode participar, podem ser consultados na página da SPEA em http://www.spea.pt/fotos/editor2/relatoriocensodemilhafres_mantas_2006a2015.pdf

A SPEA agradece a participação de todos os voluntários nestes últimos 10 anos e apela a nova participação nesta 11ª edição.

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