domingo, 24 de novembro de 2013

S.F. MARCIAL TROFÉU REALIZOU PROCISSÃO A HONRAR A PADROEIRA DOS MÚSICOS SANTA CECÍLIA (com vídeo)

Foi num ambiente de festa, alegria e solenidade que a família que compõe a Sociedade Filarmónica Marcial Troféu realizou ontem a sua devoção à Padroeira dos Músicos.

Saiu da sede da centenária Banda povoacense pelas 17:50h a procissão de Santa Cecília, com o seu bonito andor a ser carregado por jovens elementos músicos.

Após a chegada à Igreja Matriz, celebrou-se a Santa Missa conduzida pelo jovem padre João Ponte, que no decorrer da homilia apelou à participação enérgica dos jovens músicos nos cânticos da igreja e os convidou a visitar com maior frequência a casa do senhor, porque são eles que têm de dar o exemplo aos mais velhos.

Terminada a celebração da Missa, seguiu-se a procissão de volta à sede da Marcial troféu, seguindo-se um animado convívio entre a família da centenária filarmónica povoacense.

História de Santa Cecília

Padroeira da Música, Santa Cecília foi uma jovem de suave beleza que, com inquebrantável força de ânimo e possuída da mais ardente fé, professou e difundiu o Cristianismo.

Interpretada pelos mais notáveis pintores, escultores e poetas, sempre lhe foram atribuídos os mais variados símbolos musicais, embora com particular predilecção pelo órgão. Isso deve-se em grande parte ao carácter religioso que, a partir do século XV, se atribui a este instrumento.

Historicamente as mais antigas referências não lhe conferem dotes particulares de musicalidade. Sabe-se, contudo, que era uma jovem patrícia muito culta, pertencendo a uma das mais ilustres famílias de Roma pelo que, tendo recebido esmerada educação, a prática da música ser-lhe-ia habitual, tocando, provavelmente, algum instrumento mais consentâneo com a sua feminilidade, como a harpa, a lira ou o saltério, pois o órgão, com que tão frequentemente é representada, era ainda um instrumento grosseiro e pouco difundido.

Segundo uma " Paixão " publicada no século V para satisfazer a curiosidade dos peregrinos que visitavam a primitiva Igreja " in Trastévere " dedicada à sua memória em Roma, Cecília, desposada contra vontade por imposição de seus pais, cumpriu o voto de castidade, já anteriormente  formulado fazendo saber a Valeriano - o noivo - que a sua alma, bem como o seu corpo, estavam consagrados a Deus.

Valeriano sentiu-se tocado pela pureza daqueles propósitos e, não só prometeu respeitar tais votos, como, procurando o venerando bispo Urbano, que exercia o ministério sacerdotal escondido nas catacumbas, recebeu das suas mãos o baptismo.

Ao regressar, encontrou Cecília em oração e um anjo a seu lado. Este, que tinha duas coroas na mão, colocou uma sobre a cabeça da jovem e a outra sobre a de Valeriano. Penetrado pela graça, o nobre príncipe romano, anima seu irmão Tibúrcio a receber igualmente o baptismo.

Entretanto recrudescia a perseguição aos cristãos e os dois irmãos davam-se à piedosa missão de recolher os corpos daqueles confessores da fé a quem as autoridades imperiais recusavam um lugar nos cemitérios. Pouco depois foram também eles presos e decapitados. Por sua vez, Cecília foi igualmente presa por ter ousado dar-lhes sepultura na sua "vila" da Via Ápia onde, com grande fervor, exercia a caridade acudindo aos pobres e protegendo os perseguidos.

Colocada perante a alternativa de sacrificar aos deuses de Roma ou a morrer, não hesitou e dispôs-se ao sacrifício. Quando, durante os interrogatórios, o prefeito Almáquio lhe lembrava ter sobre ela direito de vida e de morte, respondeu : "É falso, porque podes dar-me a morte, mas não me podes dar a vida."

Almáquio condenou-a a morrer asfixiada por vapor  mas, como Cecília sobreviveu a esse suplício, ordenou que lhe cortassem a cabeça. O carrasco, por imperícia ou por ter vacilado ante a serenidade angélica da condenada, depois de três golpes sucessivos não chegou a decepar a formosa cabeça deixando a mártir em dolorosa agonia.

Só passados três dias exalou o último suspiro e todos quantos haviam presenciado o modo sublime como aceitara tamanha provação, convertidos por tal exemplo à mesma fé, suplicavam a sua intercessão para que, na hora suprema, tivessem o mesmo valor e heroísmo por ela demonstrados, mesmo nas maiores angústias.

Nas "Actas" do martírio de Santa Cecília, que se crê tenha ocorrido no ano de 230, lê-se :

Enquanto ressoavam os órgãos, a Virgem Santa Cecília, no íntimo da sua mente, só a Deus se dirigia e cantava : "Permiti, Senhor, que o meu coração e o meu corpo permaneçam imaculados ", tradução da frase original assim iniciada - " Cantantibus organis Caecilia Domino decantabat dicens..."  Tomando falsamente a palavra "organis" (designação sumária de instrumento) por órgão, os pintores já no século XV a fantasiavam tangendo-o como acompanhador dos seus piedosos cânticos.

Feita deste modo a primeira iconografia, nada mais natural do que os músicos logo a tenham escolhido para sua protectora.



































































































































































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