Por Paulo Amado,
ortopedista, membro da Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia
As
próteses do tornozelo constituem uma alternativa recente no tratamento das
artroses graves do tornozelo, que até aqui eram sujeitas a técnicas que
eliminavam o movimento essencial para a marcha, técnicas essas conhecidas por
artrodeses, ou seja, através da fixação do tornozelo, se trata-se a dor mas
elimina-se o movimento. Com o êxito das próteses da anca e joelho, desde há
cerca de 20 anos iniciou-se a investigação sobre a possibilidade de se
desenvolver uma prótese do tornozelo, que permitisse diminuir a dor desta
articulação, mantendo o movimento. Em Portugal, acompanhamos desde o início,
esta investigação, sendo mesmo hoje um dos países europeus com mais experiência
nestas próteses.
Os
nossos pés são o contacto direto e obrigatório com o mundo que nos rodeia,
permitindo uma posição que nos distingue de outros seres vivos, como a marcha
em posição ortostática. Daí o movimento constituir uma característica muito
necessária em todas as nossas articulações. Em caso de “desgaste” da
articulação, neste caso o tornozelo, é de toda a importância manter essa
mobilidade, que aqui é preservada com as próteses do tornozelo. Sendo uma
técnica inovadora, ainda em desenvolvimento, já temos uma larga experiencia que
nos permite tratar os nossos doentes com segurança e eficácia.
Doenças
existem em que esta técnica é de grande utilidade, tal como são os doentes com
doenças reumatoides, ou sequelas de acidentes traumáticos. Existem centros em
Portugal de Norte a Sul, especializados nesta técnica, que necessita de muita
experiência da equipa cirúrgica e uma eficaz recuperação. Com o evoluir da
ciência médica, aliada à bio-engenharia, as próteses do tornozelo têm-se
tornado melhores na sua função, quando aplicadas nos doentes.
Cumprimos
assim, nós Médicos Ortopedistas, a nossa função de melhorar a mobilidade dos
nossos doentes.
CAIXA:
A Sociedade Portuguesa
de Ortopedia e Traumatologia e a Associação Portuguesa das Empresas de
Dispositivos Médicos estão a promover, em Portugal, a campanha “Vida é
Movimento” com o mote “Articule-se”, que visa aumentar o conhecimento sobre as
doenças ortopédicas que afetam ossos e articulações e que são a maior fonte de
dor e incapacidade em todo o mundo. Esta campanha tem também como objetivos
desmistificar o tratamento cirúrgico das doenças ortopédicas e a colocação de
próteses, e clarificar os mitos ainda existentes sobre a qualidade de vida das
pessoas portadores destes dispositivos médicos.
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