terça-feira, 12 de setembro de 2023

XIII EDIÇÃO DO FESTIVAL VIOLAS DO ATLÂNTICO FOI MOMENTO DE VALORIZAÇÃO DO CORDOFONES TRADICIONAIS

 

A XIII edição do Festival Violas do Atlântico decorreu a 9 e 10 de setembro trazendo aos Açores o “Braguinha”, um cordofone tradicional madeirense, pelas mãos do músico, professor e compositor Roberto Moritz. A anfitriã foi a Viola da Terra, como em todas as edições anteriores do Festival, pelas mãos de Rafael Carvalho, músico natural da Ribeira Quente que tem dedicado à sua vida ao ensino, divulgação e promoção da Viola da Terra.

A 9 de Setembro os músicos estiveram em concerto no Cineteatro da Lagoa, onde apresentaram Braguinha e Viola da Terra a solo e depois em conjunto, quer em modas tradicionais dos dois Arquipélagos, quer em composições originais de diversos autores e dos próprios músicos.

O evento contou com a participação especial de Sofia Vidal, na Viola da Terra, interpretando 3 músicas, com repertório que foi do séc. XIX, a Carlos Paredes e ainda passando por um “pasodoble” tradicional da Ilha Terceira.

A 10 de Setembro os músicos estiveram no Salão Nobre da Junta de Freguesia da Ribeira Quente, freguesia sede da Associação de Juventude Viola da Terra, e que tem recebido, anualmente, os concertos do Violas do Atlântico desde 2011.

Desde 2011 passaram por São Miguel músicos executantes de todas as Violas de Arame Portuguesas e ainda da Viola Caipira do Brasil, “descendente” das Violas Portuguesas. Também tivemos a Viola de Arame Madeirense e o Rajão (cordofone tradicional Madeirense) e a Viola Toeira e o Cavaquinho em outra edição, tendo em conta os músicos convidados e os instrumentos que executavam.

Em 2023 foi a vez do Braguinha, sendo a primeira vez que o Festival não contou com a presença de uma Viola de Arame convidada, e tendo em conta esta edição especial em 2023.

O evento tem contado com participações especiais ao longo da sua história, desde percussão, voz, piano, violão, e ainda de várias escolas de violas da Ilha de São Miguel. É um evento que promove a divulgação dos cordofones tradicionais Portugueses e o trabalho realizado pelos seus diversos intervenientes. É o segundo festival mais antigo do País ligado à Viola de Arame e o único com 13 anos de existência e com edições consecutivas.

A Associação de Juventude Viola da Terra pretendia, em 2022, um festival duas vezes no ano, pois estamos a falar de um evento que faz parte da história contemporânea da Viola no País e no mundo e merecia mais eventos e mais destaque mas, tendo em conta o estrangulamento ligado ao sector cultural nos Açores, fruto de um abandono completo do sector, que quase impossibilitou o Festival em 2023, pondera suspender o mesmo nos próximos anos, até haver uma real valorização e apoio à Viola da Terra. A mesma que a Cultura Açores pretende candidatar a património imaterial, mas que abandonou os agentes que a promovem diariamente.

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