quinta-feira, 19 de maio de 2022

ENTREVISTA: EMPREENDEDORISMO | EXPLORAÇÃO AGRÍCOLA IRMÃOS PEREIRA

No âmbito de Cidadania e Desenvolvimento - domínio do empreendedorismo - os alunos do 10ºB e C da Escola Básica e Secundária da Povoação, fizeram uma visita de estudo à empresa agrícola, Irmãos Pereira, no passado dia 5 de abril, sito à Lomba do Cavaleiro, Povoação.

 

Na presente visita, as turmas levaram um guião de questões, as quais foram colocadas a um dos sócios da empresa, nomeadamente o Sr. Ricardo Manuel Rocha Pereira, natural da Povoação.

10ºB/C: De quem partiu a ideia de criar a empresa?

 

Ricardo Pereira: A ideia da criação de uma empresa agrícola já vinha desde o tempo de meu avô e depois para meu pai, mas foi só comigo e com meus irmãos que foi possível. Porém deu-se início ainda com meu pai com a compra de 70 vacas e depois veio para nós.

 

10ºB/C: O que é necessário para criar uma empresa agrícola?

 

RP: Primeiramente, é preciso gostar bastante desta vida, ter muita dedicação, pois é preciso um enorme esforço para ser-se lavrador atualmente. Temos de saber gerir bem os assuntos económicos. Atualmente, a nossa exploração tem um pavilhão para guardar as vacas, uma ordenha para 20 vacas, um tanque frio com capacidade para 10.700 litros de leite e ainda o Unifill que é onde se mistura a comida das vacas (palha e milho).

10ºB/C: Há projetos ou ajudas do Estado a este tipo de empreendimento? Tiveram essa ajuda?

 

RP: Sim, existe ajuda do estado, especialmente para a aquisição de maquinaria e tratores. O Governo açoriano ajuda e a União Europeia também. No total, são cerca de 40.000 a 50.000 euros, isto é, uma ajuda de 70%. É certo que há anos atrás este negócio era melhor pois o preço do leite estava mais alto.

 

10ºB/C: Até à data, qual o balanço que faz deste negócio? É positivo? Ou nem por isso?

 

RP: O balanço que faço é sempre positivo e sempre foi muito positivo porque se dedica muito tempo a esta atividade. Só se tem um dia de folga de 15 em 15 dias, rodando entre os quatro irmãos. Só, desta forma, se pode ter um balanço positivo. É dedicação a 100%, 17 horas por dia.

 

10ºB/C: É necessário ter terreno próprio e animais para criar este tipo de empresa ou é preciso comprar?

 

RP: No início, a exploração tinha 70 vacas e 160 alqueires de terreno. Hoje, já contamos com cerca de 300 alqueires que serve de pastagem  para os animais e 260 animais, sendo 140 vacas leiteiras. Compra-se ou não de acordo com a evolução do negócio.

10ºB/C: Perante a economia atual, mudava de atividade profissional ou não?

 

RP: Não, não mudava de atividade porque desde muito novo que comecei a trabalhar com vacas. Teria talvez 8 a 9 anos quando iniciei esta vida e, portanto, não mudaria por nada, pois é o que mais gosto de fazer. É um trabalho muito cansativo, sem férias, com poucas folgas, mas, para mim, gratificante.

 

10ºB/C: Gostaria que os seus filhos continuassem com a exploração no futuro?

 

RP: Atualmente, os jovens querem divertir-se e serem livres, por isso este tipo de trabalho não é para eles. É preciso gostar muito disto para se levar em frente uma exploração agrícola, pois não há feriados nem fins de semana. A vida de lavrador é bastante trabalhosa e as tarefas são muitas ao longo do dia. Não é apenas ordenhar as vacas, é muito mais do que isso.

 

10ºB/C: Considera que o Governo ajuda ou deveria ajudar mais estes empreendimentos?

 

RP: Há ajudas suficientes, mas se dessem mais, seria ainda melhor, pois hoje o litro do leite está a 35 cêntimos. Na totalidade, a ajuda ronda os 70%, o que não está nada mal, mas para quem começa pode parecer pouco, dado o estado da economia atual.

 

As turmas

 

10.º B

Alex Correia

Beatriz Frias

Beatriz Melo

Érica Mendonça

Maria Pereira

Miguel Ferreira

Nina Linhares

Pedro Aguiar

Rafael Pacheco

Rodrigo Pacheco

Tomás Linhares

 

10ºC

Abel Costa

Ana Carreiro

Artur Palhinha

Filipa Amaral

Maria Pereira

Pedro Moniz

Vanessa Resendes

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