sexta-feira, 4 de março de 2022

PARTICIPE NO CENSO DE MILHAFRES A 2 E 3 DE ABRIL

A Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) promove nos dias 2 e 3 de Abril o Censo de Milhafres, uma iniciativa que pretende contribuir para avaliar o estado da população da única ave de rapina diurna que nidifica no arquipélago e a mais emblemática nos Açores.


O censo realiza-se todos os anos desde 2006 e pretende mobilizar dezenas de voluntários, a quem se pede a recolha de dados sobre os avistamentos destas aves, conhecidas nos Açores como milhafres ou queimados. Esta é uma iniciativa de ciência cidadã, em que os açorianos têm oportunidade de participar num projeto científico que procura conhecer melhor as populações de milhafres dos Açores. O censo é realizado em percursos pré-definidos, de carro, a pé ou de bicicleta, o que permite cumprir as indicações de distanciamento para evitar a transmissão do Covid-19. 

“Não é necessário ter conhecimentos científicos para participar; pois esta ave de rapina é fácil de identificar”, diz Alba Villarroya, Técnica de Conservação da SPEA e coordenadora do censo nos Açores. “Agradecemos a todos os voluntários que têm participado no Censo de Milhafres, e esperamos poder voltar a contar com centenas de açorianos no censo deste ano”. 

O milhafre (Buteo buteo rothschildi), é a única espécie de rapina diurna que reside e nidifica em todas as ilhas do arquipélago dos Açores, com exceção das Flores e do Corvo. Em 2021, como resultado do censo, estimou-se que existam 2 995 destas aves no arquipélago.  

O milhafre é facilmente identificado à distância pelo seu voo de batimentos lentos, geralmente planando em círculos, mas também com voos curtos e picados para caçar. É frequentemente observado em poisos ao longo das estradas, o que torna a sua identificação mais fácil quando encontrada nestes locais. A espécie pode ser observada um pouco por todo o lado, em zonas florestais, áreas costeiras, pastagens e até mesmo em zonas urbanas, alimentando-se maioritariamente de roedores, pequenas aves, coelhos, e até dos cadáveres destes animais, o que torna o seu papel na cadeia trófica muito importante, por evitar as doenças que podem surgir da putrefação dos cadáveres. O envenenamento e a eletrocussão em linhas elétricas são as principais ameaças que afetam os milhafres. 


Os milhafres são aves magníficas, com um voo de uma beleza singular e que sabem tirar proveito das correntes térmicas para planar. Voam no nosso céu todos os dias e nós só temos de os contemplar. Ignorar as ameaças a esta espécie é prejudicar um dos símbolos da Região e os ecossistemas dos Açores.  


Para participar no censo, basta fazer a sua inscrição através do email acores@spea.pt e pré-definir a sua rota.  


No dia 16 de março, a SPEA promove um webinar gratuito sobre esta e outras iniciativas de ciência cidadã na Madeira e nos Açores. As inscrições abrirão em breve no site da SPEA.   

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