quinta-feira, 24 de junho de 2021

MEMÓRIAS DE ANA VIEIRA DAS FESTAS DE SÃO JOÃO DO FAIAL DA TERRA

Ana Vieira, assim sempre chamada pelas pessoas da freguesia e arredores e não só. Desde pequena teve muita fé no Espirito Santo, mas o império que lhe enchia a sua alma, era o de S. João. 


Em pequena, num dia de festa de S. João pediu a seus pais que lhe deixassem colocar a mão no vaso, porque ia tirar a 1ª dominga, mas sua mãe estava um bocado aborrecida porque ela estava cheia de febre e não podia sair de casa para não piorar. O pai fez-lhe a vontade. Assentou o nome dela para tirar a sorte. À noite, ou seja, na hora de tirar as sortes, dirige-se a casa coloca um xaile negro envolto do corpo da menina, pega nela ao colo e leva-a consigo, a mãe sempre furiosa que ela ia piorar. 


Chegado ao Teatro local onde são retiradas as domingas, sorte foi boa, ela tirou a 1ª dominga. Ela chorava e sorria de alegria. 

Sua mãe irrequieta estava a aguardar só a chegada dela e que não tivesse piorado com febre. Nunca imaginou que a Ana Vieira vinha tão feliz a coroar pela rua direita, a mãe ficou um bocado surpreendida quando ouviu as pessoas a cantar os cânticos alegres alusivos aos Santos Populares nesse caso S. João. 


As pessoas após ultrapassarem a fonte do Tio Cravo, as lágrimas escorriam pelo rosto de sua mãe e gritou, minha filha tirou a 1ª dominga. 


A partir daquele ano começa uma grande tarefa para a família. Todos os anos a Ana colocava a mão no vaso e sempre tirava uma Dominga. Ora era a 1ª ora era a 3ª ou 4ª Dominga, mas nunca atirava foguetes. Nunca desistiu de colocar a mão no vaso, em S. João, sempre com fé, devoção e dedicação. 

Eis que um dia, mulher já casada e gravida do seu filho progénito. A fé da Ana era tão grande que colocou o nome de João, talvez por sorte ou algo que não sabemos, este nasceu no mês de junho muito próximo do império. Ana fez uma promessa em nome do filho enquanto ele não atingi-se a maior idade iria colocar sempre a mão no vaso. 


Assim foi feita a sua vontade até ir para junto de Deus.


Ana não partiu deste mundo sem deixar mais um dos seus rastos, ela fundou pela 1ª vez na freguesia, um grupo de Jovens e pessoas para formar as marchas de S.João logo no 1º Ano os seus olhos brilhavam e seu corpo vibrava de tanta alegria ….


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