segunda-feira, 26 de outubro de 2020

ARTIGO CIENTÍFICO - COVID-19

Potencial da radiação solar UV na inativação da família Coronaviridae estimado a partir de dados de satélite

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera, I.P. (IPMA) informa que foi recentemente aceite para publicação na revista internacional “Photochemistry and Photobiology”, o artigo científico “Potential of Solar UV Radiation for Inactivation of Coronaviridae Family Estimated from Satellite”.

Trata-se do primeiro trabalho do IPMA publicado numa revista científica internacional sobre a relação do SARS-CoV-2 e um elemento meteorológico, neste caso a radiação solar. Este trabalho foi iniciado durante o confinamento e resultou da cooperação entre o IPMA, a Universidade de Medicina Veterinária de Viena (Áustria) e o Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde da Universidade do Porto.

Resumo:

A pandemia de Covid 19 tem afetado as pessoas de forma dramática em todo o mundo, causando doença e morte. Diversas estratégias têm sido utilizadas para restringir a propagação da doença, como o confinamento, o distanciamento social, a desinfeção das mãos e o uso de máscaras. O potencial perigo ao ar livre resulta da libertação do vírus, o qual pode permanecer no ar por um período e depois depositar-se e contaminar as superfícies. A radiação solar ultravioleta (UV) é conhecida por atuar como um viricida natural. A efetividade viricida da radiação UV depende em primeiro lugar da sensibilidade do vírus a esta radiação, bem como da quantidade recebida.

Neste trabalho são apresentadas estimativas do potencial da radiação solar UV para a inativação do SARS-CoV-2 no ar ambiente. Esta estimativa é obtida pela combinação da radiação solar UV à superfície obtida por satélite e a informação disponível sobre a fluência de inativação dos Coronaviridae. Estes resultados mostram que a radiação solar UV tem um elevado potencial para inativar esses vírus, dependendo fortemente da localização geográfica e da estação do ano. Nas regiões tropicais e subtropicais (ex: São Paulo, 23,5 °S), a fração diária de sobrevivência do vírus é inferior a 10-4 durante todo o ano, enquanto que em latitudes mais elevadas (ex: Reiquiavique, 64 °N) essa fração apenas pode ser encontrada em junho e julho.

Acesso direto ao artigo:

https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/php.13345


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