sexta-feira, 10 de abril de 2020

A POVOAÇÃO E OS POVOACENSES TÊM SIDO EXEMPLARES, MAS BASTA!

HÁ CLIENTES, INDIVIDUAIS, FAMILIARES E EMPRESARIAIS QUE SE RECUSAM A COMPRAR E A RECEBER PRODUTOS CONFECCIONADOS E/OU PRODUZIDOS NO CONCELHO DA POVOAÇÃO.

A sistemática e diária referência ao Concelho da Povoação no âmbito do surto e propagação do Covid – 19 está a prejudicar indiferenciadamente empresas do Concelho da Povoação por comparação a empresas do mesmo ramo sediadas na Ilha de S. Miguel. É injusto, incompreensível e inaceitável esta falta de civismo e de incompreensão por parte de um número já preocupante de casos de cancelamentos de fornecimentos ou de procura e compra a empresas da Povoação, com as quais já há muitos anos se forneciam. O Celeiro da Terra também recebeu vários cancelamentos no próprio dia, e seguintes, em que foi anunciado e implementado o cordão sanitário unicamente no Concelho da Povoação, contudo, aceitamos tranquilamente e pacificamente, até porque os nossos produtos não são na sua grande maioria bens de primeira necessidade e encerramos nesse mesmo dia toda a actividade, de acordo com as orientações implementadas. Mas são muitas as empresas do Concelho que fornecem bens de primeira necessidade e outros em toda a Ilha de S. Miguel e que mantiveram o seu funcionamento, fazendo um enorme esforço, para poderem honrar e fornecer todos os seus clientes e que agora vêm-se excluídas e obrigadas a fechar por razões injustas e mal interpretas.

VEJAMOS: – Todos os dias ouvimos o comunicado da autoridade de saúde regional, a quem desde já reconheço e agradeço o excelente trabalho desenvolvido no combate a esta pandemia, bem como, a todos os que estão a trabalhar em várias vertentes e na linha da frente ao combate deste vírus e à garantia do necessário às populações. Mas o que ouvimos, sempre a Povoação, sim é verdade, mas será que também ouvimos que na Povoação já há muito tempo que existem os mesmos nove casos confirmados, perfeitamente identificados, devidamente circunscritos e em isolamento domiciliário e um hospitalizado; também ouvimos, graças a Deus, que já há muito tempo não se registam novos casos positivos no Concelho da Povoação. Trata-se de nove indivíduos de duas famílias distintas e de duas Freguesias diferentes, nenhuma dessas pessoas trabalha em empresas e/ou estabelecimentos de fornecimento de bens alimentares ou outros, mas e porque é importante, em qualquer uma delas existe pessoas que exercem funções na área da saúde e em unidade hospitalar fora do Concelho da Povoação, sei e tenho conhecimento pessoal desse fato, e mais não digo sobre esta matéria irei manter a descrição que tem sido unânime por parte dos Povoacenses. Percebemos e aceitamos que se tem que esgotar todas as hipóteses, averiguar todas as informações, testar e controlar todos os contactos mais e menos próximos, e que é desumano e cruel exigir mais a quem já está a dar o seu tudo, o que peço é que se diga e perceba que a Povoação está exactamente igual a qualquer outro Concelho da Ilha de S. Miguel e dos Açores, que tenha ou não casos positivos.

Não percebo nem aceito que, como disse o Papa Francisco “Estamos todos no mesmo barco”, se queira que a Povoação naufrague sozinha, sejamos prudentes, compreensivos e tranquilos para melhor podermos nos ajudar mutuamente, porque bem vistas as coisas, as empresas da Povoação adquirem as suas matérias primas em outras empresas sediadas em outros Concelhos da Ilha de S. Miguel e essas são as que fornecem muitas outras pela ilha fora, todos os produtos e bens disponíveis na Ilha ou são produzidos e confeccionados com matéria prima local, de toda a Ilha, ou fornecida do exterior, a todas são exigidas e fiscalizadas as mesmas regras de produção, confecção e distribuição.

Em conclusão, e apenas por uma questão de justiça e igualdade, todos os produtos e bens, confeccionados, produzidos e desdestruídos no e pelo Concelho da Povoação, tem a mesma qualidade que sempre tiveram, mas são igualmente seguros ou não, como qualquer outro que se comercialize, produza, confeccione e distribua na Ilha de S. Miguel, nos Açores, em Portugal ou na Europa.

Já vi muitos apelos para que após este surto, se valorize e consuma cada vez mais os produtos locais, comecemos já a valorizar cada vez mais o que é nosso, começando em primeiro lugar pelo dom da vida respeitando e cumprindo rigorosamente todas as orientações das autoridades de saúde.

Nenhum de nós é tão bom como todos nós.

O Presidente da Cooperativa Celeiro da Terra,

José Daniel Cardoso Ferreira

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