A de Ponta Delgada
custará 50 milhões de euros.
Segundo o jornal Expresso,
que teve acesso aos projectos de arquitectura, as celas perdem os gradeamentos,
passarão a ser quase todas individuais e adquirem uma aparência de quarto, com
áreas mais amplas – passam dos seis metros quadrados médios para 10.
“Preferimos
chamar-lhes quartos”, diz mesmo o arquitecto Jorge Mealha, àquele jornal.
Em redor, jardins e
arvoredos, numa ‘paisagem’ que contrasta com o ambiente das prisões. O
objectivo é transmitir paz aos reclusos, sem que se entre no campo do luxo.
Em declarações ao
Expresso, o Director-geral dos Serviços Prisionais, Rómulo Mateus, fala num
“novo paradigma”, que assenta na ideia de que “a prisão não é um local para
castigar”, mas antes para reintegrar pessoas na sociedade, que as aguarda,
quando a liberdade chegar.
A finalidade é
combater sentimentos de stress gerados pelas arquitecturas dos estabelecimentos
prisionais comuns. Há cuidados até na escolha das cores, para que se opte por
aquelas que a ciência demonstrou que suscitam efeitos calmantes.
Modelo importado de países nórdicos
Refira-se que este
modelo não resulta de uma ideia portuguesa.
É ‘importado’ de
países nórdicos, que adoptaram o conceito para promover a inclusão social mesmo
durante a reclusão.
A prisão do Montijo
será a primeira a edificar, implicando um investimento de 70 milhões, e deverá
ficar concluída dentro de três anos, sendo que vai albergar cerca de 700
reclusos.
Ponta Delgada atrasado
Já o Estabelecimento
Prisional de Ponta Delgada sofreu um atraso, em virtude de um embargo, provocado
por uma queixa de um concorrente ao concurso de limpeza de terrenos. Irá
receber quase 500 reclusos, num investimento de 50 milhões de euros.
O projecto
arquitectónico inicial previa que algumas das paredes das celas e das áreas
comuns fossem construídas em betão salmão-laranja “porque está demonstrado que
é uma cor que produz efeitos calmantes”, observa Jorge Mealha nas declarações
ao Expresso.
“Os arquitectos
tomaram algumas liberdades artísticas e não é isso que foi pedido pela
Direcção-geral. Nem tudo o que está no projecto será concretizado. Essas cores
são bonitas e atraentes mas têm custos”, critica Rómulo Mateus.
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