quinta-feira, 21 de março de 2019

ARTIGO DE OPINIÃO: BALNEÁRIOS ESCOLARES E PÚBLICOS

Gostaria de apelar ao bom senso do governo regional e das autarquias da região para o facto de muitas escolas públicas e pavilhões desportivos usados pelas mesmas, possuírem balneários sem condições de privacidade  durante os momentos de higiene proporcionando desta forma várias situações de constrangimentos aos seus utilizadores.

Recordo-me que há trinta anos atrás os balneários da escola que frequentava possuíam cabiculos próprios com portas para os alunos poderem tomar banho. Porque razão hoje em dia, constroem-se em muitas escolas e em  outros espaços públicos, zonas balneares em que são colocados os duches lado a lado, num espaço aberto, sem qualquer tipo de privacidade? Para reduzir custos ou talvez por "modernidade". Como se pode permitir isto?

Cada vez mais, falamos de situações de bullying  nas escolas e em vez de evitarmos que estas situações possam despoletar, estamos  de certa forma a contribuir para que as mesmas sejam acentuadas. 

Os balneários principalmente nas escolas devem ser construídos por forma a garantir que na zona do duche qualquer criança ou jovem tenha privacidade e se sinta bem.  Há cada vez mais  informações, sobre a anatomia humana e  sexologia, tendo sido  ao longo dos anos desmestificadas várias ideias ligadas a estas áreas como também há cada vez menos preconceitos sobre as mesmas. É sempre bom haver uma informação mais "aberta", livre e  sem tabus, contudo é necessária a salvaguarda dos direitos  de privacidade das nossas crianças e jovens. É preciso criar mecanismos para  que  através da individualização desses espaços, seja garantida a privacidade para intimidade dos alunos  durante os momentos de higiene. 

A ausência de privacidade resulta na recusa do banho, isto afeta a higiene e saúde de cada um, principalmente, em crianças com idades compreendidas entre 10 e 13 anos, onde a recusa é mais frequente, mas também com mais idade, após as aulas de educação física. Alguns arriscam tomar banho, por exemplo, recorrendo ao uso do fato de banho, calção de banho ou biquíni para poderem fazer a sua higiene, isto é uma realidade infelizmente atual. Situação que atualmente poderia ser facilmente colmatada, por parte das entidades competentes, contribuindo com equipamentos sanitários para a respectiva individualização dessas áreas. Criando se for caso disso novas instalações. Devem portanto ser avaliadas todas as estruturas que se encontram nestas condições, com vista a garantir e  promover a equidade e o bem- estar de todos.

Cecília Correia.

Povoação, quinta-feira, 21 de março de 2019.

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