domingo, 24 de fevereiro de 2019

WALK&TALK COMPLETA NOVE EDIÇÕES COM NOVO PAVILHÃO E MÚLTIPLOS CIRCUITOS DE ARTE

O Walk&Talk - Festival de Artes dos Açores, completa a nona edição de 5 a 20 de julho com a participação de mais de meia centena de artistas, coletivos e curadores, e a apresentação de dezenas de projetos inéditos que cruzam arte, dança, performance, arquitetura, design, cinema e música.


O programa do festival anual dedicado à criação artística contemporânea é organizado em torno de Circuitos de Arte que integram a apresentação de projetos em vários locais da ilha de São Miguel, residências artísticas e de curadoria, exposições, performances, concertos, conversas, eventos paralelos e iniciativas que promovem a produção e partilha de conhecimento com as comunidades locais, migrantes e visitantes do arquipélago.

Em 2019, o Walk&Talk volta a ter “casa nova” no Largo de São João, em Ponta Delgada, onde será construído um pavilhão temporário assinado pelo coletivo Artworks & GA Studio e com um projeto inspirado, no seu conceito e forma, pelo tradicional capote açoriano. O pavilhão Walk&Talk acolhe o público e abre-se à cidade como o principal palco, ponto de encontro e convívio do festival. O novo projeto foi selecionado no âmbito da primeira edição de um concurso internacional de arquitetura, que envolveu vinte ateliers convidados e, além dos vencedores, teve como finalistas o atelier BUREAU PMPG - Pedro Mosca & Pedro Gonçalves, Arquitetos, Lda.. O concurso foi promovido pela Anda&Fala, Associação Cultural responsável pelo Walk&Talk, e o júri constituído pelos Mezzo Atelier, dupla de arquitetos que criou o primeiro pavilhão do festival em 2018, a Direção Regional das Obras Públicas e Comunicações (DROPC)/Governo dos Açores e a Trienal de Lisboa.

CIRCUITO DE ARTE: UMA EXPEDIÇÃO MOTIVADA PELA EMPATIA

Com curadoria dos The Decorators, um coletivo multidisciplinar sediado em Londres e constituído por Carolina Caicedo, Mariana Pestana, Suzanne O’Connell e Xavi Llarch Font, em 2019 o Circuito de Arte recupera a ideia de expedição. Porém, ao contrário das expedições realizadas às ilhas no século XIX, por mentes racionalistas em sintonia com o espírito do Iluminismo, a expedição ao Walk&Talk será realizada por artistas motivados por fenómenos imensuráveis, irracionais e ininteligíveis. A proposta curatorial toma uma abordagem empática, incentiva a “fundir em vez de medir, personificar em vez de classificar, viver e não explicar”. Os sete novos projetos que serão criados em vários locais de São Miguel vão procurar “incorporar a ilha e produzir experiências no terreno, em colaboração com as comunidades e as paisagens, paralelamente, pretendem repensar a nossa relação atual com a natureza e ensaiar abordagens alternativas”.

CIRCUITO DE EXPOSIÇÕES: UNTITLED PARA EXPLORAR IDENTIDADE(S) 

Sete projetos individuais inéditos apresentados em simultâneo, em cinco locais da cidade de Ponta Delgada, pelos artistas Andreia SantanaGonçalo PretoMaria TrabuloRita GTMónica de MirandaMiguel C. Tavares & José Alberto Gomes e Diana Vidrascu. Os projetos mapeiam o Circuito de Exposições Walk&Talk, que pela primeira vez será organizado em torno de uma proposta curatorial a cargo do curador Sérgio Fazenda Rodrigues. O circuito Untitled explora a ideia de “identidade”, na sua relação com questões de género, história, paisagem, arquitetura, arqueologia e outros campos das ciências, para refletir a ação do coletivo na construção do “lugar” geográfico, ao mesmo tempo lugar social, cultural e emocional, síntese e contentor de identidades autónomas. Resulta de residências realizadas pelos artistas e o curador nos Açores, entre 2017 e 2019, e vai expandir-se por espaços públicos, privados, museológicos e devolutos, fazendo emergir a criação artística contemporânea da malha urbana, diversificada, por vezes tensa e assimétrica, da própria cidade. Em paralelo, no dia 4 de julho, o artista Olivier Notellet inaugura a individual que assinala a pré-abertura do festival, como habitual, na Galeria Fonseca Macedo. No sábado, dia 6 de julho abre portas na MIOLO - Livraria, Galeria, Editora, a exposição coletiva com curadoria do estúdio de design Ilhas, fundado por Catarina Vasconcelos e Margarida Rêgo.

ARTISTAS EM RESIDÊNCIA

Durante o festival iniciam novas residências no Walk&Talk, na área das artes visuais, os artistas Abbas AkavanDaniel BrackenNadia Belerique e Madalena Correia, vencedora Jovens Criadores Açorianos 2018. Continuam em residência as artistas Luísa Salvador e Polliana Dalla Barba, e a dupla Sofia Caetano & Elliot Sheedy prossegue a produção da longa-metragem The Happiest Man. Na área da música, Michelle Blades e Rodrigo Araújo (Vaiapraia) vão compor nos Açores um novo álbum de inéditos que será editado pela Midnight Special Records, apresentar uma performance ao vivo e, em colaboração com o realizador Tomás Paula Marques, produzir um documentário sobre o processo artístico. A este grupo de artistas vão ainda juntar-se os vencedores dos Open Call 2019 e os convidados pelo curador Miguel Flor para a sexta edição da RARA - Residência de Artesanato da Região dos Açores, onde designers de todo o mundo e artesãos locais cruzam técnicas, matérias-primas, “saber fazer” e afetos para a criação de novos objectos. 

ESPETÁCULOS EM ITINERÂNCIA

At the Still Point of The Turning World de Joana Gama e Luís Fernandes, com direção e orquestração de José Alberto Gomes, vídeo de Miguel C. Tavares e a participação especial dos alunos do Conservatório Regional de Ponta Delgada, é o espetáculo que abre o programa Walk&Talk no palco do Teatro Micaelense. Na principal sala de espetáculos da região, destaca-se também a apresentação de Lento e Largo, a nova criação da dupla Jonas & Lander que teve estreia absoluta no Festival GUIdance 2019, em Guimarães, e é co-produzida pela Rede 5 Sentidos. Noutras salas e espaços não convencionais da ilha, serão apresentadas as performances Silent Disco de Alfredo Martins e Marco da Silva Ferreira e Burning Pricks de António Branco & Riccardo T.dois trabalhos que partilham o desejo de anular barreiras entre os seus intérpretes e o público ou até fundir as ações de ambos.

A maioria das atividades do programa do Festival Walk&Talk são de acesso livre, com excepção das exposições, espetáculos e concertos acolhidos em museus, salas e outros espaços parceiros, geridos de forma independente e com regras de admissão próprias.

EM AGENDA:

15 DE MARÇO_Abertura Open Calls W&T 2019: Reabrem no dia 15 de março as três chamadas destinadas a envolver no Walk&Talk jovens artistas açorianos ou sedeados na região - Jovens Criadores Açorianos, artistas de qualquer origem geográfica ou disciplinar que desejem desenvolver projetos em residência nos Açores - Open Call for Artists, e jornalistas culturais ou críticos de arte que queiram acompanhar o festival - Open Call for Journalists. As pessoas interessadas poderão consultar os regulamentos e candidatar-se através da página e redes sociais do Walk&Talk.

SOBRE O WALK&TALK – ANDA&FALA:

Walk&Talk designa o Festival de Artes dos Açores, que acontece todos os anos em julho, e o programa anual de residências que se mantém em funcionamento ao longo de todo o ano. De carácter experimental e participativo, o Walk&Talk motiva a criação de objetos inéditos em diálogo com o território e as especificidades socioculturais da região dos Açores. O projeto atua no envolvimento de comunidades locais e migrantes em torno do conhecimento gerado no campo alargado das artes, intersetando arte, dança, performance, teatro, arquitetura, design, cinema e música.

O Festival Walk&Talk realiza-se em São Miguel desde 2011, em 2016 alargou a sua dinâmica à ilha Terceira e ao longo de nove edições já acolheu mais de duas centenas de artistas de múltiplas origens geográficas e disciplinares. O Festival tem dado forma a um Circuito de Arte formado por mais de 70 intervenções, de carácter mais ou menos efémero, mapeadas e visitáveis em espaços públicos, urbanos e rurais, nas duas ilhas do arquipélago. O programa do festival integra também um Circuito de Exposições com projetos resultantes, na sua maioria, de residências artísticas, a apresentação de espetáculos, concertos, performances, conversas, eventos paralelos em vários espaços culturais da região e iniciativas que promovem a produção e partilha de conhecimento.

A Anda&Fala é uma organização cultural sem fins lucrativos, responsável pelo Walk&Talk e pelos projetos seminário Periférica - Brainstorming Culture and Geographies, RARA - Residência de Artesanato da Região dos Açores e PARES – Programa de Apoio à Atividade Artística nos Açores. 

A associação promove novas centralidades para a criação contemporânea nos âmbitos das artes visuais e artes performativas, ativa a circulação do conhecimento, de artistas e projetos, e operando a partir do arquipélago dos Açores ambiciona envolver comunidades de todo o mundo. A Anda&Fala desenvolve contextos favoráveis à cocriação, coproduz com artistas e agentes e trabalha em rede com estruturas parceiras. A Anda&Fala foi fundada em 2011 e está sediada em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel. Desde 2016 é declarada de Utilidade Pública pelo Governo dos Açores e no biénio 2018/19 as suas atividades e projetos são apoiados pelo Ministério da Cultura / DGARTES. A associação é um dos nove parceiros do programa Centriphery, vencedor do Creative Europe 2019-2021 da Comissão Europeia e o Festival Walk&Talk é membro da EFFE – Europe for Festivals Festivals for Europe. 


Povoação, domingo, 24 de fevereiro de 2019.

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