Era ainda uma criança mas cedo abraçou as suas
obrigações. Estudava de manhã e à tarde ia para as linhas de produção de
jóias. “Foi uma pressão muito grande mas isso fez com que começasse depois a
minha vida profissional sozinho. Nada é fácil, mas digo sempre que tudo se
faz com muito sacrifício e com muita força de vontade”. Tudo porque, assume,
“quem trabalha para outra pessoa só faz dinheiro para viver e já quando se
tem um negócio, é difícil, mas há sempre mais fortuna”, repetindo “há
sempre mais fortuna quando trabalhas para ti”.
John Medeiros nasceu em 1960 na Lomba do Carro, concelho da
Povoação, tendo emigrado aos nove anos de idade para Providence, Rhode Island
(EUA). Deixou a pacata freguesia em 1969 com os pais e quatro irmãos, três
meninas e um rapaz. Frequentou a escola nos EUA e como diz, “não cheguei muito
alto”, mas tinha vontade de singrar na vida e dividia já aos 12 anos a escola
com o mundo do trabalho.
Era ainda uma criança mas cedo abraçou as suas obrigações. Estudava de
manhã e à tarde ia para as linhas de produção de jóias.
Conta que trabalhou para italianos, pessoas que o ensinaram a trabalhar neste
mundo da joalharia. “Com eles aprendi muito. Quando trabalhei nas fábricas
sempre tive uma boa posição”, depois de ter feito uma boa aprendizagem. “Aos
16 anos já tinha 30 pessoas a trabalhar comigo e eu tinha a responsabilidade
de os gerir e aos 18 anos esse número aumentou para mais de 100. Comecei cedo
a ter muita responsabilidade. Era muito novo mas isso não o impediu de crescer
na profissão que abraçou.
“Foi uma pressão muito grande mas isso fez com que começasse depois a minha
vida profissional sozinho. Nada é fácil, mas digo sempre que tudo se faz com
muito sacrifício e com muita força de vontade”.
O açor-americano recorda que já aos 16 anos sabia o que queria fazer da sua
vida: “Queria casar e ter uma família. Queria também ter o meu próprio
negócio”. Tudo porque, assume, “quem trabalha para outra pessoa só faz
dinheiro para viver e já quando se tem um negócio, é difícil, mas há
sempre mais fortuna”, repetindo “há sempre mais fortuna quando trabalhas para
ti”.
Crê que “o limite do trabalho é o que tu quiseres fazer da tua vida. Acho que
se deve começar quanto mais novo melhor para que se possa chegar aos 50 anos e
aproveitar a vida”. Defende isso, sim, “ mas ainda não o fiz”.
Em 1985, fundou a Tahoe Jewelry, fornecendo à indústria de jóias e designers
de destaque, como a Gucci, serviços de polimento e fixação de pedras”.
Actualmente tem uma indústria bastante conhecida e com sucesso. Tem a seu
cargo 40 empregados.
Já vendi jóias para Itália, Alemanha, e outros países, mas a América é
muito grande, e assim sendo “concentrei-me só em fazer jóias e vende-las” no
país onde vive. O que pretendo agora é concentrar-me nos Açores e dentro de
pouco tempo abrir duas lojas, mas isso só vai acontecer depois de eu fazer a
minha casa em São Miguel. São projectos que estão em cima da mesa e
concretizar-se-ão no prazo de dois num máximo três anos, altura em que o
nosso entrevistado pensa “relaxar”.
Pretende ainda com os seus negócios potenciar também o emprego na Região e
ao mesmo tempo fazer com que o turista leve os Açores, através das jóias,
como recordação.
O joalheiro lança agora uma colecção com origem açoriana.
Depois de ter estado
em São Miguel no último Verão apaixonou-se pelos vulcões dos Açores.
Gostei muito e decidi fazer uma colecção de jóias com pedra vulcânica.
Começou-se a desenhar a colecção com as ideias que eu trouxe dos Açores na
minha cabeça e a colecção tem por título «carvão». Já estamos a divulgar
a nova colecção nos EUA, que passará primeiro por Atlanta, Las Vegas, Nova
Iorque e Chicago”.
Há dois anos também John Medeiros também recolheu ideias em São Miguel para
a colecção intitulada “Canas”, que “teve muito sucesso na América, e tenho a
certeza que Carvão também vai seguir esta experiência de sucesso”.
Ao nível de preços, John Medeiros diz que a peça mais barata desta
colecção Carvão fica por 150 dólares e a mais cara atinge os 500 dólares,
o que segundo o criador de jóias “são preços muito acessíveis”. para a
mulher que gosta de estar sempre elegante.
Os modelos “são todos desenhados por mim, concebidos à mão”, e só depois é
que entram numa linha de montagem “para serem feitos na minha fábrica em
Providence”.
O artista salienta que as suas colecções são conhecidas em muitos países do
mundo, acreditando que com o turismo a crescer nos Açores também ganhará
grande visibilidade na sua terra natal. Vão ser peças feitas propositadamente
para que quem visite os Açores leve de recordação, pois as mesmas são
feitas com alma de ilhéu.
“Eu trago dos Açores para a América e levo da América para os Açores”. Para
quem quiser conhecer melhor as peças de joalheria deste destacado açoriano na
América pode visitar o site em https://www.johnmedeiros.com/
Neste mesmo espaço, a questão do marketing passa divulgar como se atinge o
reconhecimento de quem gosta de jóias, como é o caso da mulher.
“O nosso sucesso é baseado na crença de que jóias elegantes e de alta
qualidade devem ser acessíveis e apreciadas por todas as mulheres. Com
detalhes esculpidos à mão, John Medeiros implementa as mesmas técnicas de
artesanato e engenharia usadas na indústria de jóias de metais preciosos. De
acordo com nossas raízes artesanais, a The Collection, com assinatura de John
Medeiros, pode ser encontrada em lojas qualificadas e independentes em todo o
país (EUA)”.
(Nélia Câmara - Atlântico
Expresso de 28/01/2019)
Povoação,
Segunda-feira, 28 de Janeiro de 2019
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