domingo, 8 de outubro de 2017

“A VIOLA QUE NOS TOCA II” SURPREENDEU NO TEATRO MICAELENSE

O evento “A Viola Que Nos Toca” teve a sua segunda edição, a 4 de Outubro, num espectáculo que decorreu no Teatro Micaelense. Depois do grande sucesso que foi a primeira edição, em Janeiro de 2015, este segundo momento de homenagem à Viola da Terra surpreendeu todos os que estiveram na plateia naquele Serão.

As impressões recebidas no final do espectáculo apontaram para uma avaliação muito positiva de todo o evento, com destaque para a grande dinâmica de palco e para a qualidade musical de todos os intervenientes. O público mostrou ainda admiração e entusiasmo pelos vídeos projectados, que demonstraram as diferentes técnicas de execução da Viola, existentes nos Açores, e que são, normalmente, desconhecidas do público em geral. Estes vídeos resultam de uma recolha do realizador Tiago Pereira para o canal “A Música Portuguesa A Gostar Dela Própria”.

Para além disso a presença de Nelson Cabral, como narrador, apresentando de modo divertido diversas cantigas populares à nossa Viola mas, ao mesmo tempo, recitando um poema de Vitorino Nemésio à Viola de 15 cordas (Ilha Terceira), bem como um texto de Dias de Melo que regista a alegria de um tocador de Viola quando o seu filho regressa de uma dura e forçada emigração, voltando a encordoar a Viola que desde a partida do filho estivera arrumada em sinal de “luto”, e tocando toda a noite na festa de casamento deste, ajudou a contextualizar a grande importância e impacto da Viola na vivência dos Açorianos, e a forma séria e honrada como os tocadores encaravam o simples acto de tanger a Viola.

A edição de 2017 contou com a participação de Raquel Dutra e Cantos do Mar e da Terra, César Carvalho (Violão), Maria Madalena Antunes e Sofia Vidal alunas do Conservatório Regional de Ponta Delgada, Escola de Violas da Relva, Nelson Cabral, Sílvia Oliveira (Flauta) e Rafael Carvalho.

No final o Director Artístico, Rafael Carvalho, fez questão e agradecer o grande papel que as escolas de violas têm tido na formação de novos tocadores, destacando, também, o empenho, colaboração e cumplicidade de todos os artistas presentes e, ainda, de toda a equipa de produção do Teatro Micaelense que, desde o início, acarinhou e ajudou a colocar de pé o evento.

Por último, Rafael Carvalho agradeceu, eu nome da Associação de Juventude Viola da Terra, produtora do evento, o apoio da Direcção Regional da Cultura e da Presidência do Governo dos Açores, sem o qual o evento não poderia decorrer, mas alertou para uma diminuição acentuada de apoios da Direcção Regional da Cultura alegando que, na actualidade, entidades regionais e júris que são convidados a avaliar as respectivas candidaturas, estão a dar maior importância e apoio a tudo o que seja do âmbito contemporâneo e experimental, mas que estão a dar cada vez menos importância e apoio ao que é a nossa verdadeira Cultura Açoriana.

Os participantes e público em geral já fizeram saber que contavam com a terceira edição deste projecto, que, se tudo decorrer bem, será dentro de 2 anos, de acordo com o planeamento e eventos produzidos pela Associação de Juventude Viola da Terra.

Povoação, domingo, 8 de outubro de 2017. 
   

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