domingo, 19 de fevereiro de 2017

VIOLA DA TERRA EM DESTAQUE NO NOVO DISCO DA RONDA DOS QUATRO CAMINHOS

"A Ronda dos Quatro Caminhos edita um novo trabalho, o 14º da sua carreira, desta feita dedicado à música tradicional dos Açores, na continuação das últimas grandes produções editoriais - "Terra de Abrigo" e "Tierra Alantre".

O disco foi composto e pensado com base na Orquestra Regional Lira Açoriana, uma orquestra de instrumentos de sopro e percussão, composta por jovens músicos das Bandas Filarmónicas das várias Ilhas dos Açores. A Lira Açoriana participa em todos os temas, todos eles populares com orquestrações dos músicos da Ronda.

A Viola da Terra recebe especial destaque, intervindo em vários temas, através dos tocadores Rafael Carvalho e Ricardo Melo, da Ilha de São Miguel; Lázaro Silva da Ilha Terceira e José Agostinho Serpa da Ilha das Flores.

Além da Orquestra, participam no disco vários Coros Polifónicos e músicos populares e eruditos de todas as Ilhas do Arquipélago, num total de mais de 300 músicos e cantores: de São Miguel o Coral de São José; da Ilha Terceira o Coro Feminino; do Faial o Grupo Coral da Horta; do Pico o Grupo Coral das Lajes do Pico; da Graciosa, o Grupo Coral da Matriz da Graciosa; de Santa Maria, músicos da Ronda da Madrugada e do Grupo Sol Baixo; das Flores e Corvo, músicos populares de vários agrupamentos filarmónicos.

As gravações começaram em Rabo de Peixe, S. Miguel, em Outubro de 2015, com a gravação inicial da Orquestra Regional Lira Açoriana, dirigida pelo maestro Henrique Piloto e acabaram nos Estúdios da Planície, em Palmela, em Dezembro de 2016. Os Coros Polifónicos e os músicos populares foram gravados nas diferentes ilhas de origem.

Neste trabalho a música regional dos Açores é vista sob a perspectiva das Bandas Filarmónicas e da harmonia coral religiosa e pagã.

Várias são as formações musicais da tradição Açoriana, sendo que as Bandas Filarmónicas têm um papel de grande relevo e destaque na vida comunitária, quer pela formação musical que proporcionam à juventude, quer pela participação nas festividades religiosas e populares.

De igual modo aos Coros Polifónicos, geralmente ligados à celebração litúrgica, mas também com um repertório clássico e popular, foi-lhes dada neste trabalho, a par com a Orquestra, a relevância que na verdade têm e certamente merecem.

Depois a Viola da Terra, com as suas variações e diferentes maneiras de tocar, é certamente o instrumento mais representativo da tradição popular.

Problema maior foi em relação aos vários grupos e formações de danças e cantares populares, guardiães maiores do cancioneiro popular, dos cantadores dos vários estilos e canções populares, dos tocadores de instrumentos também relevantes na música tradicional, como o violino, o bandolim, o violão, etc., que pessoas e agrupamentos convidar, numa terra de brilhantes músicos e instrumentistas?

Já sobre o repertório, como escolher uma dúzia de cantigas numa terra onde se respira música popular e com um cancioneiro tradicional tão vasto e variado? A escolha foi assim, como certamente poderia ter sido outra dúzia diferente e mais outra e outra.

Quantos discos haveria que fazer?"

Povoação, domingo, 19 de fevereiro de 2017.

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