quarta-feira, 2 de novembro de 2016

A MARCA

Alguns ao nascer trazem na pele uma marca que designamos de sinal, outros são marcados na “passerelle da vida” como que a ferro quente o que é usual em alguns animais.

Quando nos sentimos marcados p’la vida fora interrogamo-nos – Para quem e porque continuar a viver? Quando a solidão se instala em nós mais acentuada é a marca, “somos afogados pela mágoa” não tendo quem ouça e nos console ao carpirmos a dor. Marginalizados andamos ao acaso, se encontramos alguém fragilizado mais carente do que nós surge um pouco de solidariedade, oferecemos esperança, e alegria que não sentimos quando temos ganas de chorar, prosseguimos usando uma máscara que não é nossa. Quando salta a lágrima parequedista que desliza em nossa face disfarçamos porque nos dizem; é feio um homem chorar. A si próprio se nega quem não sente em si a dor alheia, mais dizemos nós. Quem não se sente não é filho de boa gente! Quantas vezes nos alcunham de volúveis e não só, somos compuscardos alguém tem de ser o mau da fita. Graças a Deus que encontramos na “passerelle da vida” bons samaritanos que nos fazem sair da depressão da apatia da solidão. Agradeço a quantos me tem ajudado especialmente a Sra Dra Joana Gago da Câmara.

Durante anos ingeri medicação “como uma ave engole milho” para não enfrentar a dor a vida hoje choro e sei rir de mim, deixei de me olhar e vejo os outros sem miopia.

Benjamim Carmo

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