quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

ENTRUDO CONQUISTADOR

Diversos são os países que festejam o Carnaval, enumera-los a todos seria fastidioso, por isso cito alguns; no Continente europeu famoso é o de Veneza, outros, também, conhecidos Florença, Colónia e Paris: fabuloso o Carnaval carioca do Rio de Janeiro, no Brasil, digo que é o diamante da América do Sul. Milhares de participantes envolvidos em fantasias riquíssimas vistosas, samba que samba e volta a sambar, Carnaval é rei de euforia é loucura…

Neste nosso Portugal Continental e regiões autónomas somos danadinhos por um pezinho de dança, carros alegóricos, trajes ricos ou pobres vagueiam mascarados ou maquilhados, cortejos de rua bailes e bailaricos, etc, etc.

A folia carnavalesca está a rebentar anda por aí; no anteceder da Quaresma campeia a amizade, com dia de amigos, amigas, compadres e comadres e o “Gordinho Domingo” é Carnaval quadra de bulício e fantasia.

Como sabem nestes dias acontecem peripécias jocosas e maliciosas: a fêmea é uma delas.

Taxista foi Carlos Manuel a conduzir o carro, vendo seu irmão deu-lhe boleia, Luís, na época um jovem imberbe de corpo torneado, fantasiou-se de mulher com vestido bonito, sobre o peito bailava um colar com o movimento do corpo, uma peruca vistosa, mãos calçadas de luva, uma boa maquilhagem, pernas e pés calçados de meia fina e sapatos de tacão alto, que o desequilibrava de quando em vez, sua beleza era o seu calcanhar de aquiles.

Conduziu Carlos Manuel o táxi para o cais de Vila do Porto, era dia de São vapor o que era usual dizer-se…

Rapaz natural da freguesia de Santa Bárbara taxista novato na idade e profissão ao ver o Carlos acompanhado da jovem bonita ficou com “água na boca” aproveitando um momento que Carlos estava só indagou:

- Quem é aquela fêma? Ela dá jeitos?

- Sim – disse-lhe Carlos que falou com o irmão para ir com o taxista “conquistador”.

Sorrindo e com jeito de não me toques entrou Luís no carro que subiu a estrada da Birmânia, convencido que levava uma fêma com ele. Parou o taxista o carro e ai começou o ataque dando um apalpão no peito do Luís, deu Luís um gritinho exclamando – Não que me magoas! Eu não sou destas!

Vá lá, vá lá eu dou-te cem escudos.

Disse o Luís – Dá-me primeiro os cem escudos.

Assim aconteceu, logo depois a mão atrevida massagista, danada no apalpar, subiu um pouco entre as pernas e surpreso ficou ao topar o cabide do Luís – Deu pulo de macaco exclamando – Obei! Tu não és uma fêma, é um home!

Gargalhou o Luís e devolveu os cem escudos logo depois trouxe o Luís para junto do irmão, com cara de palmo e meio disse: - vocês não me enganam mais!

Sorriram eles, dizendo – Não caias noutra conquistador. Para que ninguém saiba vai-nos pagar uma cerveja na tasca do Mestre José.

Obei! Era o que faltava…

As danças populares carnavalescas que calcorreiam nossas ruas são alma do povo que tem ganas de chorar mas que ousa brincar, espanta a dor, sorri à vida solta brado alegre hoje amanhã e depois é Carnaval.

Benjamim Carmo

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