terça-feira, 1 de julho de 2014

PSORÍASE: CUIDADOS A TER NO VERÃO

O tempo quente e seco induz, geralmente, melhorias nos sintomas e manifestações da psoríase. Uma exposição solar moderada ajuda a pele a cicatrizar, reduz a inflamação e desacelera a produção de células cutâneas, que originam a descamação da pele.

Apesar de a exposição solar ser benéfica na maior parte dos casos, há cuidados que são fundamentais. A utilização de protetor solar é obrigatória a quem frequente a praia ou piscinas, ao mesmo tempo que devem ser evitadas as horas de maior calor, nomeadamente entre as 11h e as 16h.

O vestuário a utilizar deve ser o mais leve possível e de algodão, evitando tecidos que provoquem a irritação da pele. O mesmo se aplica à roupa interior, que deve ser sempre confortável e livre de elásticos. Tal como o vestuário, também o calçado é importante. Os sapatos e as sandálias devem ser abertos e largos, feitos de materiais naturais, como o couro, por exemplo, que absorve a humidade e permite a respiração da pele. O uso de palmilhas de espuma, cortiça ou de gel também é aconselhável, porque permitem aliviar a pressão da pele.

Na praia ou em piscinas, antes de nadar, as pessoas com psoríase devem aplicar um creme hidratante e devem também limitar o tempo em que estão na água. Isto porque o cloro, os químicos e o sal podem irritar a pele sensível. Depois da exposição solar, é importante aplicar um creme emoliente e hidratante.

No entanto, a chegada do Verão pode trazer outros problemas aos doentes. O tempo quente obriga a colocar partes do corpo mais a descoberto, o que pode inibir as pessoas com psoríase que, erradamente, são muitas vezes alvo de descriminação por parte de quem desconhece que a psoríase não é uma doença contagiosa.

A psoríase é uma doença autoimune que se manifesta no nosso maior órgão – a pele, não sendo contagiosa é crónica e pode surgir em qualquer idade. O seu aspeto, extensão, evolução e gravidade são variáveis, caracterizando-se pelo aparecimento de lesões vermelhas, espessas e descamativas, que afetam sobretudo os cotovelos, joelhos, região lombar, couro cabeludo e unhas. Cerca de 10 por cento dos doentes acabam por desenvolver artrite psoriática. Em Portugal esta doença afeta mais de 250 mil pessoas e cerca de 125 milhões em todo o mundo.

Artigo do Dr. Paulo Jorge Ferreira
Dermatologista

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