Depois
de vários anos muito difíceis, parece que finalmente Portugal dá início a uma
época de retoma. Muito se tem falado sobre este tema, basta ligar a televisão e
qualquer canal de notícias tem especiais de informação à volta deste assunto.
Com
maior ou menor abertura, o que é certo é que os sinais estão aí. Dependendo da
cor política em causa, a palavra retoma poderá ser dita com maior ou menor
força, mas não há dúvidas de que esta palavra vai ser nos próximos tempos uma
referência incontornável das conversas nas nossas empresas e nas nossas vidas.
Vamos
assumir por uns instantes que de facto a retoma está aí!
Será
que as empresas à nossa volta estão preparadas para a aproveitar?
No
nosso entender, a grande maioria não!
Depois
de muitos anos de contração económica, muitas das empresas habituaram-se a
viver naquilo que habitualmente designo por “modo de suporte de vida”, ou seja,
investindo o mínimo e o apenas necessário para a sua sobrevivência e para
garantir o seu funcionamento.
Numa
primeira abordagem, poderia parecer que isto é correto. No entanto, quando
analisamos a maior parte das empresas com quem trabalhamos na área de formação
comercial e de liderança, vemos que a maioria dos cortes assenta em recursos
humanos, marketing ou no tamanho da equipa comercial que foi grandemente
reduzida. Depois vêm as áreas como qualidade, serviço ao cliente e afins.
Ora
se aquilo que é a máquina de venda da empresa está adormecido, o que é que acha
que vai acontecer quando a retoma chegar?
Muito
provavelmente não tem capacidade de ir à luta ou, pior do que isso, se as
oportunidades comerciais lhe começam a cair no colo, não terá forma de lhes
responder eficazmente.
É
portanto urgente que as empresas acordem da estagnação comercial que viveram
nos últimos anos e comecem a criar novamente dinâmicas fortes de marketing e de
atividade comercial.
Nos
últimos tempos, tenho sido entrevistado para diversos meios de imprensa sobre o
que fazer nesta altura de retoma. Se tivesse de eleger um top três de ações a
tomar, seriam:
1.
Olhe para o seu processo comercial e analise onde é que estão as suas
principais lacunas. Podem ser falta de vendedores, falta de dinamismo, falta de
acreditar, entre tantas outras.
Vá
passo a passo e analise o que está a correr bem e o que tem de ser melhorado.
Se está familiarizado com o conceito de funil de vendas, figura muito utilizada
por quem está na área, sabe que a venda é um processo normalmente divido em
várias fases: prospeção, reunião, entrega de propostas, negociação e fecho ou
perda de negócio. Analise cada fase de forma independente. Procure saber junto
dos seus clientes o que deveria melhorar, mas também as coisas que eles
consideram que a empresa está a fazer bem.
2.
Olhe para a sua equipa comercial com olhar crítico. Costumo perguntar algumas
vezes a alguns dos meus clientes: tem a coragem de cortar um braço?
Em
tempo de crise, mas não só, por vezes dentro das equipas ficam reféns pessoas
que não funcionam. Mas como a indemnização a pagar é muito elevada… o problema
vai-se arrastando, tomando muitas vezes proporções preocupantes.
Analise
e decida quem deve ficar e quem deve ir embora. Se ir embora não for uma opção,
procure reconverter essas pessoas para funções que não tenham a ver com a área
comercial.
3.
Organize momentos de formação da sua equipa comercial. Podem ser com empresas
externas ou com a prata da casa. Mas volte a investir na formação da sua
equipa. Dê-lhes voz e envolva-os no processo de mudança.
Assuma
claramente na sua empresa que a retoma está aí! Dê claramente a entender que a
sua empresa está preocupada em agarrar a retoma com unhas e dentes e que o vai
conseguir!
Se
Você não acreditar, acha que os outros irão fazê-lo?
Por:
José de Almeida
Sem comentários:
Enviar um comentário