A declaração Universal dos Direitos Humanos
inicia-se com uma definição de igualdade de oportunidades: “Todos os seres
humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos”.
Esta proclamação, da mais elementar justiça esbarra
com a realidade em que cada um vive.
Os direitos de cada pessoa serão diferentes
consoante o país a região em que nasça.
Pese embora o contexto desfavorável e muito
exigente dos tempos que correm e qualquer que seja a tempestade, neste caso de
valores, é um ponto de viragem a partir da qual se dá um despertar da
CONSCIÊNCIA.
De resto, o recuo preconceituoso e ressentido vai
dando lugar à inteligência manuseada, com misto de inteireza e delicadeza, de
força de subtileza da verdade, de convicções fortemente vividas e também do
frio melancólico das desilusões inevitáveis.
Como costumo referir, a escritora Fátima Marinho
que tem um sobrinho com trissomia 21, diz “Como será que quem nunca vi o amor o
reconhece?”
Ser mãe de um filho especial é falar de algo maior,
um misto de sentimentos sobre um amor que doí, que corrói e que ao mesmo tempo
nos mostra que existe um ser, uma energia, um Deus, que nos coloca à prova, que
nos coloca de frente com o que realmente somos. Receber um filho com Trissoma
21 vira-nos do avesso, afinal é inesperado! Quantas coisas negativas passam
pela cabeça…
Calma, tudo isso passa!!
Aqui estou eu para vos ajudar com o meu humilde
testemunho. Depois do choque, a vida real, você tem um bebé indefeso que como
qualquer outro precisa de ser amado, alimentado coisas naturais da vida.
A VIDA, mistura de sabores, horas doce horas
amarga, independentemente, do filho que se tem. Um filho, seja como for, é um
presente, o mais caro e raro, é único (mesmo que tenhamos 3 ou 4 cada um será
UM).
É isso! Tudo vai depender do nosso olhar. Ao passar
o turbilhão da notícia espere, chore, respire fundo e sinta. Sinta-se honrado
com todo este processo de trabalho árduo, complicado e continuo. É essencial
ter saltos de fé para este desafio constante.
À luz do conhecimento estamos em constante mutação,
contudo existe um elemento chave o “AMOR.
A determinação será um ingrediente a juntar ao
amor, saber conciliar os sentimentos e dar uma nova visão ao futuro.
Às vezes, são adicionados novos ingredientes à vida,
pois tudo o que pensávamos certo, poderá surpreender-nos e as razões não serão
mais as razões certas.
Mas curioso é que, sem sabermos bem porquê, o mundo
muda e nós mudamos com o mundo.
É preciso respeitar as IDEIAS, é preciso, precocemente,
criar mentes críticas e discutíveis, não tentar adiar os problemas e as
soluções e ter atitudes positivas.
É preciso não ter medo das palavras, há sempre um
perigo a espreitar-nos a pôr-nos à prova como pano de fundo.
Mas o desejo de intervir, é como se uma mão divina,
oculta, invisível, mas presente, que nos toca e sussurra perante mim serás “The
last but not the least”. Dar voz à determinação, e pensar que conseguimos mais,
mesmo quando em nós há o abandono da fé.
Para lá de um objetivo muito singular, (lutar pela deficiência), que
merece um especial aplauso, existe o desejo, esta vontade de ação, que me faz dizer,
que a escrita, plena de vigor e incentivo, que sonda, vigorosamente, toda a
nossa resistência perante a vida decerto não é igual para todos.
É como o
sol, brilha para todos, mas nem todos o sentem, porque algo real e cruel
entranha no ser humano o distrai e lhe retira o sol…sim o Sol!
O que ressalta, de imediato, no nosso pensamento é
a obsessiva questionação das coisas e da sua ausência…onde estarão? E surge o
silêncio existencial…serei privilegiado?
“Só quem tem
jardim é que dá flores”
Às vezes,
gostaria de ser água do mar, porque do nada se torna a levantar e a cair e
levantar sempre cada vez mais forte. Há coisas que não se explicam, sentem-se…!
E até por minha conta e risco, sim porque há quem duvide das ideias e
inteligências alheias! Em termos transversais pode dizer-se: “A alma molda-se à densidade da dor”.
O som da dúvida
será só para aqueles…
Às vezes a fatura a pagar revela-se elevada, mas o
calor não existe só no Verão, mas sim quando se tem o calor de um abraço, dum
sorriso.
Sou, assumidamente, uma apologista dos afetos, a
meu ver a crise é mais de valores do que de outra coisa qualquer!
E porque tenho esperança, nunca adormecer de louros
colhidos, nunca espero palmas nem elogios ou distinção, apenas e somente uma
oportunidade, claro está! De amar incondicionalmente. Uma busca de espaço de
respeito de tudo…e nunca será excesso de linguagem dizer o que deve ser
defendido.
Sem querer ser exaustiva, neste momento pretendo
dar uma mensagem que não é só minha. É este o objetivo principal, aceitar e não
abortar, amar e depois desejar, conquistar e para sempre abraçar uma causa, UM
FILHO!
Adriana Amaral
Fotos: Google imagens
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