Artigo de opinião
do Dr. Paulo Pereira, neurocirurgião e Coordenador da campanha Olhe pelas Suas
Costas.
Escoliose pode comprometer qualidade de
vida
A escoliose é uma
deformidade na coluna vertebral, por vezes com grande impacto na imagem e na
qualidade de vida do indivíduo, porque provoca uma assimetria no tronco e
sintomas daí decorrentes. Embora em regra seja mais evidente um desvio da
coluna para um dos lados, a escoliose é uma deformidade tridimensional da coluna,
com rotação e desvios em vários planos.
As duas formas
mais comuns de escoliose são a degenerativa (que resulta do desgaste de uma
coluna previamente saudável) e a idiopática, que surge habitualmente na
adolescência e não tem uma causa conhecida.
A escoliose
idiopática habitualmente não provoca dor e na maioria dos casos, as amplitudes
das curvas são ligeiras e não necessitam de tratamento. Contudo, uma vez
detetada, deve ser seguida por um médico especialista. A escoliose idiopática
atinge 2 a 3 por cento dos adolescentes e a progressão das curvas é muito mais
frequente no sexo feminino. Contudo, só cerca de 1 em cada 5000 casos evoluem a
ponto de uma cirurgia ser necessária.
Grande parte dos
casos de escoliose idiopática são detetados pelos pais, professores, treinador
desportivo ou médico assistente, que notam uma assimetria nos ombros, cintura
ou tronco.
As escolioses com
menos de 20-25 graus exigem apenas uma vigilância regular até à conclusão do
crescimento da coluna vertebral. Em escolioses com uma curvatura entre os 20-25
e os 40-45 graus em adolescentes que ainda não terminaram o seu crescimento, o
uso de um colete pode ser recomendado para impedir o agravamento da curva.
A cirurgia destina-se
essencialmente às escolioses mais graves, com curvaturas acima dos 40 graus. A
cirurgia consiste na correção do alinhamento e na fusão das vértebras que estão
desviadas, evitando a progressão da escoliose e o surgimento de problemas
associados – problemas cardíacos, pulmonares, neurológicos e dor. O procedimento
cirúrgico é feito com recurso a anestesia geral e geralmente obriga a um regime
de internamento entre 4 a 7 dias.
A
campanha Olhe pelas Suas Costas é uma iniciativa da Sociedade Portuguesa de
Patologia da Coluna Vertebral, em parceria com a Associação Portuguesa de
Médicos de Clínica Geral, Sociedade Portuguesa de Medicina Física e de
Reabilitação, Sociedade Portuguesa de Neurocirurgia e Sociedade Portuguesa de
Ortopedia e Traumatologia. Para mais informações consulte:
http://www.olhepelassuascostas.com/ ou visite o facebook: https://www.facebook.com/olhe.costas
Fotos: Google imagens
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