sábado, 4 de maio de 2013

AÇORES CONSOLIDAM COOPERAÇÃO COM O RIO GRANDE DO SUL


Os governos dos Açores e do estado brasileiro do Rio Grande do Sul celebraram ontem, em Lisboa, um protocolo de cooperação visando o aprofundamento das relações políticas, culturais, comerciais, empresariais e turísticas.

Os dois governos comprometeram-se, numa primeira fase, a colaborar na organização de iniciativas, sobretudo de âmbito cultural, que assinalem condignamente, nas duas regiões, os 260 anos do povoamento açoriano no Estado do Rio Grande do Sul, bem como a promover um maior conhecimento mútuo através da troca de livros, que serão distribuídos nas respetivas redes escolares.
Ficou ainda decidido desenvolver um trabalho conjunto com vista à análise das potencialidades e mais-valias de uma promoção recíproca e bilateral no âmbito do turismo, bem como uma aproximação comercial e empresarial.

O protocolo foi assinado pelo Subsecretário Regional da Presidência para as Relações Externas, Rodrigo Oliveira, em representação do Presidente do Governo dos Açores, Vasco Cordeiro, pelo Governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, e pelo Secretário de Estado da Cultura do Rio Grande do Sul, Assis Brasil.

“É um aprofundamento importante das relações entre os Açores e o Rio Grande do Sul”, afirmou Rodrigo Oliveira, para quem “estando os Açores presentes naquele Estado há mais de dois séculos e meio”, as marcas deixadas “na cultura, na gastronomia, na toponímia e em toda a vivência do Rio Grande do Sul”, dão razão de ser a esta maior aproximação.

O Subsecretário Regional da Presidência para as Relações Externas realçou também o compromisso assumido neste protocolo de “explorar aquelas que podem ser as potencialidades no âmbito das relações empresariais e comerciais, bem como as mais-valias no âmbito do turismo”.

O Rio Grande do Sul, estado mais meridional do Brasil, foi colonizado também por açorianos, a partir de 1752.

Casais oriundos do Grupo Central dos Açores espalharam-se por todo o território, tendo alguns deles sido os fundadores da capital do Estado, Porto Alegre, hoje com mais de um milhão de habitantes e cujo nome começou por ser Porto dos Casais.

Vestígios desses povoadores são ainda visíveis por todo o lado, nomeadamente na arquitetura, na culinária, no artesanato e no folclore, sendo mesmo o 'Pezinho' a única dança obrigatória nos concursos de folclore.

Os rio-grandenses orgulham-se muito dessas raízes açorianas e prestam-lhes homenagens de vária índole, de que é exemplo mais visível o Monumento aos Açorianos, implantado no Largo dos Açorianos, em Porto Alegre, simbolizando a chegada dos 60 casais que fundaram a cidade, que é um dos maiores monumentos da América do Sul, com 17 metros de altura por 24 de comprimento.

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