terça-feira, 23 de abril de 2013

REVOLUÇÃO DOS CRAVOS É LEMBRADA E COMEMORADA NA POVOAÇÃO

É amanhã 24 de Abril pelas 20:30 no Auditório Municipal que se realiza mais uma iniciativa da Junta de Freguesia da Povoação para comemorar a revolução dos cravos, Dia da Liberdade.


O espetáculo a decorrer no Auditório Municipal terá também uma vertente solidária e todas as pessoas participantes no evento serão convidadas a contribuir monetariamente, de livre vontade, com o que puderem a favor das vítimas do Faial da Terra. Esta será mais uma forma de solidariedade para uma causa que a todos nós nos comoveu e tocou.

Revolução dos Cravos é o nome dado ao golpe de estado militar que derrubou, num só dia, sem grande resistência das forças leais ao governo que cederam perante a revolta das forças armadas o regime político que vigorava em Portugal desde 1926. O levantamento, também conhecido pelos portugueses como 25 de Abril, foi conduzido em 1974 pelos oficiais intermédios da hierarquia militar (o MFA), na sua maior parte capitães que tinham participado na Guerra Colonial. Considera-se, em termos gerais, que esta revolução trouxe a liberdade ao povo português (denominando-se "Dia da Liberdade" o feriado instituído em Portugal para comemorar a revolução).

O Fim da ditadura

Há vinte anos, em vésperas do 25 de Abril, Portugal era um país anacrónico. Último império colonial do mundo ocidental, travava uma guerra em três frentes africanas solidamente apoiadas pelo Terceiro Mundo e fazia face a sucessivas condenações nas Nações Unidas e à incomodidade dos seus tradicionais aliados.

Para os jovens de hoje será talvez difícil imaginar o que era viver neste Portugal de há vinte anos, onde era rara a família que não tinha alguém a combater em África, o serviço militar durava quatro anos, a expressão pública de opiniões contra o regime e contra a guerra era severamente reprimida pelos aparelhos censório e policial, os partidos e movimentos políticos se encontravam proibidos, as prisões políticas cheias, os líderes oposicionistas exilados, os sindicatos fortemente controlados, a greve interdita, o despedimento facilitado, a vida cultural apertadamente vigiada.

A anestesia a que o povo português esteve sujeito décadas a fio, mau grado os esforços denodados das elites oposicionistas, a par das injustiças sociais agravadas e do persistente atraso económico e cultural, num contexto que contribuía para a identificação entre o regime ditatorial e o próprio modelo de desenvolvimento capitalista, são em grande parte responsáveis pela euforia revolucionária que se viveu a seguir ao 25 de Abril, durante a qual Portugal tentou viver as décadas da história europeia de que se vira privado pelo regime ditatorial.

Os acontecimentos deste dia revelam que o Movimento das Forças Armadas estava organizado e que era mais do que uma organização corporativista. Os militares da Revolução preconizaram um momento da História Portuguesa, com milhares de outros protagonistas anónimos.

Situações impossíveis apenas 24 horas antes, marcaram os derradeiros momentos do Estado Novo. Imaginemos o Terreiro do Paço entre as 8 e as 11 da manhã, o Largo do Carmo ao meio-dia, e, mesmo, a tensão vivida na António Maria Cardoso durante toda a tarde.

Foi a Revolução dos Cravos.




























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