quinta-feira, 28 de março de 2013

VASCO CORDEIRO LAMENTA QUE GOVERNO DA REPÚBLICA TENHA RECUSADO APOIAR A REGIÃO NOS ESTRAGOS DAS INTEMPÉRIES


O Presidente do Governo dos Açores lamentou ontem que o Governo da República tenha recusado apoiar a Região na recuperação dos estragos das recentes intempéries, mesmo tendo conhecimento que 90 por cento dos prejuízos foram registados em áreas da competência do Governo Regional.

“Se 90 por cento dos estragos se situam em áreas da competência do Governo Regional, isso quer dizer que 90 por cento destes estragos não serão apoiados” pelo Governo da República, salientou Vasco Cordeiro em declarações aos jornalistas.

O Presidente do Governo reagia assim à decisão do Conselho de Ministros, que aprovou uma flexibilização dos limites de endividamento dos municípios para fazer face aos estragos causados pelo mau tempo que atingiu recentemente os Açores.

No dia 20 de março, o Presidente do Governo enviou uma carta ao Primeiro-Ministro a solicitar a solidariedade nacional face ao volume de estragos provocados pelas intempéries, que ascendeu a cerca de 35 milhões de euros.

Segundo Vasco Cordeiro, o que foi aprovado em Conselho de Ministros, na prática, representa uma “recusa ao pedido de ajuda que foi feito pelo Governo dos Açores ao Governo da República”.

“Mais valia dizerem, claramente, que não estavam disponíveis para ajudar, porque esta artimanha de dizer que se apoia os municípios serve apenas para enganar as pessoas”, afirmou Vasco Cordeiro.

O Presidente do Executivo considerou também que, nesta matéria, devia ter “havido a coragem, que não houve, de assumir claramente que um pedido de ajuda do Governo Regional ao Governo da República não era para ser atendido”.

“Tentar enganar as pessoas nestes termos é que é lamentável e um ato de cobardia política, que deve merecer, da parte de outras instâncias, um comentário para que a dignidade que faltou num caso não falte também noutros”, afirmou o Presidente do Governo, na ilha de São Jorge.

Vasco Cordeiro adiantou ainda que a Região não pediu um valor específico de apoio ao Governo da República, mas apenas ajuda, que “foi recusada aos Açores e aos Açorianos”.

Depois de salientar que os municípios dirão o que acharem por bem relativamente a esta decisão, o Presidente do Governo realçou que este assunto “tem a ver com um país que tem de ter a dignidade e o sentido de solidariedade de dizer que ajuda ou, então, tem de ter a coragem de dizer que não pode ajudar”

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