sexta-feira, 1 de março de 2013

EM PORTUGAL 1 EM CADA 10 PESSOAS SOFRE DE DOENÇA RENAL CRÓNICA


No próximo dia 14 de Março a Sociedade Portuguesa de Nefrologia assinala o “Dia Mundial do Rim”, sob o tema “Rins para a Vida, Pare a lesão renal aguda”. Esta iniciativa, em mais de 100 países em todo o mundo surgiu da necessidade de informação e sensibilização sobre a doença renal, devido à sua elevada prevalência e significativas morbilidade e mortalidade associadas.

Os rins filtram os produtos tóxicos e o excesso de água da corrente sanguínea, eliminando-os através da urina. Promovem também a regulação da pressão arterial, bem como a produção de hormonas que regulam o crescimento e metabolismo ósseo e a formação dos glóbulos vermelhos do sangue.


As principais causas de doença renal crónica no adulto são a diabetes mellitus, a hipertensão arterial e as doenças glomerulares. Muitas vezes, a ausência de sintomas numa fase inicial da doença contribui para o desconhecimento e atraso do diagnóstico e tratamento. A ausência de deteção da doença renal leva à perda progressiva da função renal, insuficiência renal e eventual necessidade de tratamento substitutivo renal. Por outro lado, os doentes renais crónicos apresentam maior prevalência de doenças cardiovasculares, incluindo doença coronária, insuficiência cardíaca, doença cerebrovascular e doença vascular periférica, sendo estas as principais causas dos óbitos.

Falamos em insuficiência renal quando a função dos rins se encontra muito deteriorada, o que pode ocorrer de forma aguda ou crónica: a insuficiência renal aguda pode ser provocada por desidratação grave, infeções sistémicas, tóxicos ou, ainda, lesões vasculares e frequentemente desenvolve-se rapidamente. Na maioria dos casos, desaparece com a resolução da causa subjacente, apesar de poder acarretar sequelas importantes a longo prazo.

Já a insuficiência renal crónica desenvolve-se (na sua forma mais usual) lentamente e, embora o tratamento diminua a probabilidade de progressão e complicações, os pacientes muitas vezes necessitam, numa fase mais avançada, de recorrer a diálise e/ou transplante.

A avaliação regular da função renal é fácil, requer apenas uma análise de sangue e urina, e permite detetar se existe alguma anomalia. Se detetada precocemente, a doença renal crónica pode ser tratada e controlada, permitindo uma significativa redução das suas complicações. Promovendo a saúde do seu rim estará também a promover o melhor funcionamento do seu coração. Zele pelos seus rins e pelos daqueles que lhe são mais próximos!

Fernanda Carvalho
Vice-Presidente da Sociedade Portuguesa de Nefrologia

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