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sexta-feira, 13 de maio de 2016

FOI HÁ 35 ANOS O ATENTADO CONTRA JOÃO PAULO II

Cidade do Vaticano (RV) – Há 35 anos, na tarde de 13 de maio de 1981, Festa de Nossa Senhora de Fátima, João Paulo II era atingido na Praça São Pedro por dois tiros disparados por Ali Ağca. Para Wojtyla, foi a mão de Maria que o protegeu. A bala que perfurou seu tórax e que deveria matá-lo está agora na coroa da Virgem de Fátima.


Como de costume, por ocasião das Audiência Gerais, João Paulo II estava em pé no papamóvel, saudando e abençoando os peregrinos. Logo a seguir, deveria anunciar a criação do Pontifício Conselho para a Família. Às 17h17 dois estampidos ensurdecedores ecoaram na Praça São Pedro. O Santo Padre cai, sendo amparado pelo seu Secretário, Padre Stanislao Dziwisz. Os fiéis ficam aterrorizados, choram, se ajoelham, rezam o terço. Uma comoção que o locutor da Rádio Vaticano, Benedetto Nardacci, que transmitia a Audiência, não conseguiu esconder:

 “A multidão está toda em pé....A multidão está toda em pé; não comenta a cena trágica que assistiram. Estão quase todos em silêncio, aguardam notícias (...) O Santo Padre foi evidentemente, certamente atingido. Foi certamente atingido, o vimos deitado no carro descoberto que entrou em alta velocidade dentro do Vaticano. Pela primeira vez se fala de terrorismo também no Vaticano. Se fala de terrorismo em uma cidade da qual sempre partiram mensagens de amor, mensagens de concórdia, mensagens de pacificação”.

São momento agitados, confusos. Na Praça silenciosa se propagam notícias contrastantes sobre a identidade do atentador, sobre o número de disparos e sobretudo sobre a gravidade dos ferimentos. Ouve-se o barulho de uma sirene, uma ambulância. Poucos minutos depois o então Diretor da Rádio Vaticano, Padre Roberto Tucci, se junta a Nardacci na Praça São Pedro:

“Padre Tucci, dos microfones da Rádio Vaticano, na Praça São Pedro. Não se sabe ainda a gravidade da ferida. Às 17h29 vi uma ambulância sair da entrada da Porta Sant’Anna em alta velocidade. Me foi informado – mas não posso assegurar que a notícia corresponda à verdade – que a ambulância que levava o Santo Padre, se dirigiu ao Hospital Gemelli”.

Uma viagem, do Vaticano ao Gemelli, que durou 15 minutos, 15 intermináveis minutos. O médico pessoal do Papa, Renato Buzzonetti, recorda que Wojtyla “rezou ininterruptamente em língua polonesa: ‘Meu Jesus. Minha Mãe’”. A cirurgia é longa, complicada. Karol Wojtyla perdeu muito sangue, os tiros atingiram diversos órgãos, sobretudo os intestinos. Os médicos que operam o Papa, percebem que a bala seguiu por uma trajetória anômala. Um desvio de poucos milímetros e João Paulo II não teria tido nenhuma chance. Durante a cirurgia no terceiro andar do Hospital Gemelli, o tempo parece ter parado. Jornalistas de todo o mundo aguardam com apreensão o resultado da operação:

“A operação do Papa foi concluída após quatro horas e 20 minutos”, anuncia ao vivo o canal estadunidense ABC, que acrescenta: “A Rádio Vaticano informou que as condições do Papa não são graves”.

Milhões de fiéis que em todo o mundo, em especial na Polônia, estavam em oração, podem dar um suspiro de alívio. Ao mesmo tempo, a polícia italiana interroga o atentador, o jovem extremista turco Ali Ağca, a quem o Papa se dirige no primeiro Regina Coeli depois do atentado. É 17 de maio de 1981, o Papa fala de seu leito no Policlínico Gemelli:

“Agradeço a vocês comovido pelas orações e abençoo a todos (...) Rezo pelo irmão que atirou em mim, o qual perdoo com sinceridade (...) A ti Maria repito: “Totus tuus ego sum””.

A entrega a Maria e o perdão: duas dimensões já fortemente presentes na vida e no Magistério de João Paulo II, e que a partir daquele momento tornam-se uma unidade com a figura e o testemunho de Karol Wojtyla. Aquele perdão que pronunciou com voz debilitada pouco depois do atentado, João Paulo II o leva pessoalmente no Natal de 1983 ao “irmão que o atingiu”, na Prisão romana de Rebibbia. Já em 13 de maio de 1982, exatamente um ano após o atentado, o Papa visita o Santuário de Fátima para agradecer a Nossa Senhora, que o salvou. João Paulo II não tem dúvidas: foi a mão de Maria que “guiou a trajetória da bala e o Papa agonizante parou exatamente no limiar da morte”.

“Totus Tuus Maria”, “Todo teu, Maria”. O lema no brasão episcopal. Uma confiança total que Wojtyla repetirá até os últimos instantes da sua vida terrena: “Em ti confio e te declaro novamente: Totus tuus, Maria! Totus tuus! Amém!”.

(JE/AG)

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